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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: Até R$ 80 mil por vaga em curso de Medicina – Quadrilhas burlavam o vestibular em instituições públicas e privadas, em várias cidades de Minas – Renato Fonseca – Uma vaga em uma faculdade de Medicina pode custar até R$ 80 mil. Quadrilhas especializadas em fraudar vestibulares do curso em instituições públicas e particulares de 12 Estados, incluindo Minas Gerais, chegaram a cobrar esse valor pela aprovação dos candidatos. O esquema foi descoberto pela Polícia Federal (PF) durante a operação Calouro. Até o fim da tarde de ontem, pelo menos 15 pessoas foram presas só em Minas, entre eles um estudante de Medicina de 27 anos, detido em Montes Claros, apontado como um dos líderes das quadrilhas espalhadas pelo país. O rapaz estava com mais de 60 cartões de crédito e era um dos donos de uma badalada choperia na cidade do Norte de Minas. Metodologia As investigações estão em curso há um ano e seis meses. A polícia acompanhou mais de 50 vestibulares nesse período. A prova do processo seletivo era burlada de duas formas: falsificação de documentos ou cola eletrônica. Para receber o gabarito, eles cobram de R$ 25 mil a R$ 50 mil. Quando a fraude acontece por meio da substituição do candidato em sala, os preços variam de R$ 45 mil a R$ 80 mil. “É um crime bastante organizado e lucrativo, que depende de uma atuação conjunta de várias pessoas”, disse o delegado da PF em Montes Claros, Eduardo Maurício de Araújo. Segundo ele, as instituições foram vítimas das quadrilhas. O nome das 45 faculdades afetadas, em todo o Brasil, não foi divulgado. Ao todo, 54 diferentes provas de vestibular em Medicina foram fraudadas. Os estudantes aprovados por meio do esquema serão indiciados. A PF comunicará as universidades quem são eles e notificará a Justiça, pedindo a expulsão desses alunos. Cassação Um médico que passou de forma irregular no vestibular pode ter a licença cassada. Porém, essa punição depende da própria instituição de ensino, que deve comunicar ao Conselho Regional de Medicina (CRM). “Entendo que esse profissional deva ser impedido de trabalhar”, diz o presidente do CRM, João Gomes Soares. Ponto a Ponto Em Minas Gerais, as ações foram concentradas em 13 cidades: Belo Horizonte, Itajubá, Varginha, Montes Claros, Manhuaçu, Itapagipe, Uberlândia, Governador Valadares, Oliveira, Iturama, Manhumirim, Uberaba e Araguari. O Ministério da Educação solicitou o inquérito policial para tomar “as devidas ações de supervisão em todas as instituições apontadas”. Os investigados responderão por formação de quadrilha, falsidade ideológica e documental, lavagem de dinheiro e fraude.

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