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Mensagem: Preparando a viagem José Prates Ontem fomos à Agência de Viagem, pertinho d’aqui de casa, comprar as passagens para Montes Claros. O que nos contrariou um pouco foi o tempo que vamos perder em Belo Horizonte, no aeroporto de Confins, à espera do outro vôo para prosseguir viagem. A última vez que nós fomos, havia vôo direto da Varig, com uma pequena parada em BHZ. Hoje, o menor tempo naquele aeroporto são cinco horas. Isso só fez crescer a ansiedade para voltar à terrinha o que começou a bulir com os nervos e a memória vai trabalhando, buscando lá dentro algo que valha a pena recordar para abastecer a mente, porque daqui a alguns dias, vamos para lá e precisamos levar dentro de nós a cidade que conhecemos. Mas, para pessoas, como nós que há muito tempo residem fora, sem o contacto efetivo com a cidade e seus problemas, é difícil abastecer a mente com atualidade montesclarense porque o que conhecemos da cidade de hoje é por pesquisas na Internet, lendo os jornais da cidade ou recebendo informações de parentes e amigos, quando estamos com eles ao telefone.. O pouco que sabemos nos mostra uma Montes Claros com outra roupagem, sem aquele jeito sertanejo, inocente, que dava a impressão de uma grande família. Deve-se levar em conta que a partir da década de 1970 houve um grande processo de industrialização trazido pelos incentivos fiscais do poder público federal, estadual e, também, municipal através da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, a SUDENE, mudando tudo, até a maneira brejeira do povo, fazendo com que a cidade se projetasse no cenário nacional permitindo um grande fluxo migratório, gerando um crescimento urbano desordenado, cujos problemas, ainda hoje existem trazidos pelo volume de gente e carros nas ruas antigas, incapazes de suportarem o movimento. Em alguns casos, as pessoas que residem na cidade, integradas ao rápido processo de urbanização, agravado pela falta de planejamento, sentem menos as modificações e suas implicações do que aqueles que se encontram distantes. Essa urbanização que não teve uma programação adequada, resultou numa diferenciação espacial urbana com algumas áreas transformadas em focos de pobreza, coisa normal nos grandes centros onde a pobreza procura um local para ficar, como é o caso das favelas no Rio de Janeiro. A última vez em que estivemos lá, em gozo de férias, foi em 1982 quando verificamos que estava havendo importantes modificações na malha urbana com a ocupação de espaços vazios na região sul, ainda com poucas habitações; reformas em avenidas para permitir um melhor fluxo de veículos; verticalização na área central e suas proximidades, alteração na distribuição espacial de diversas atividades e dispersão da periferia foram feitas, frustrando a tendência de concentração. O tempo foi passando e Montes Claros adaptou-se à condição de metrópole do norte de Minas e seguiu com o papel de liderança da região com influência, inclusive, no sudoeste baiano, principalmente na questão de educação, oferecendo condições para estudo dos jovens da região que para lá vão, matriculando-se nos estabelecimento de ensino que lá existe, o que vem de muito tempo passado. Hoje, Montes Claros, a nossa Montes Claros “Princesinha do norte” , está lá apinhada de gente trabalhadora na industria e o povo apressado, como em qualquer grande centro, nos diz que a cidade mudou, mas, não perdeu o sotaque mineiro. Vi uma foto aérea do centro e não reconheci nada. Pareceu-me outra cidade. Entretanto, os amigos a quem vamos visitar são os mesmos adolescentes de nosso tempo, alguns colegas de escola no Instituto, mas, que, hoje, com toda certeza estão com as faces macilentas mostrando a implacável ação do tempo. Montes Claros, também, envelheceu, mas, fez maquiagem, remoçou e criou vida nova: É a princesinha que nos vai receber. Agora que o assunto acabou, vamos embora que já é tarde. Então, até breve. Fiquem com Deus!. (José Prates, 87 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)
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