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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 1 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Visitas muito importantes HAROLDO LÍVIO Há poucos dias, comentamos, neste jornal, sobre a visita inesperada recebida por nosso querido poeta Cândido Canela, em sua residência, do maior pesquisador de folclore do Brasil. O escritor paulista Cornélio Pires chegou de surpresa, na casa de jardim e pomar do trovador de “Rebenta-Boi” e “Lírica e Humor do Sertão” , trazendo indizível satisfação para toda a família, que se recorda do acontecimento com “ternos pingos de saudade”. Esta visita assinalou o reconhecimento nacional da obra literária do dono da acolhedora casa da Praça Honorato Alves, onde hoje está erguido o Edifício Cândido Canela. Pouca gente sabe que nossa Montes Claros já recebeu a visita, desta vez marcada, de alta autoridade eclesiástica que desempenhou o papel de governador da Igreja Católica, na vacância do trono de São Pedro, por ocasião do falecimento do Papa Pio XI, em 1939. Entre a morte de um papa e a coroação de seu sucessor, a chefia do rebanho é atribuída a um cardeal que recebe o título de camerlengo. O cardeal escolhido para a função, nessa vacância, foi monsenhor Bento Aloisi Masela, que dois anos antes, em 1937, visitou nossa cidade, na condição de núncio apostólico no Brasil (embaixador do Papa) e acompanhando Dom Aristides de Araújo Porto, que viera tomar posse como bispo auxiliar de Dom João Antonio Pimenta. Essa, sem dúvida, foi uma visita muito importante, e quem informa é o historiador Nelson Vianna, na obra “Efemérides Montesclarenses”. Neste passo, fomos visitados por um prelado que teve poderes papais. (Viva Montes Claros!) Recordamos, com imensa saudade, de visita muito honrosa recebida por nossa família, na casa paterna, em Brasília de Minas, ainda no final da década de 1950. Foi uma visita de despedida de uma pessoa com diagnóstico de morte iminente a outra pessoa que muito estimava e considerava como se fosse um de seus filhos. O Dr. Tarcísio Generoso, farmacêutico em São Francisco, visitava meu Pai, seu discípulo e pupilo, que entrara para a farmácia Vésper, aos oito anos de idade, e nela aprendera a trabalhar e a conviver, pois o farmacêutico havia recebido de minha avó e de minha bisavó, autorização para aplicar corretivo no garoto endiabrado. Lembramos que o doutor estava acompanhado da esposa, dona Graziela, e da veneranda Mestra Bila, vereadora em nossa terra natal. A visita, mais do que importante para nós, foi seguida de lauto almoço, preparado por Mamãe, tendo por ingrediente a beleza da emoção que se apoderou de todos os comensais, marcada por risos e lágrimas, por causa do vinho e dos discursos sentimentais. Em 1921, um ano portanto antes de realizar a Semana de Arte Moderna, o romancista e crítico Mário de Andrade, participou de caravana de intelectuais que viajou através de todo o Brasil. De passagem por Belo Horizonte, ele se desgarrou da caravana e pegou o trem da Rede Mineira de Viação com destino a Mariana, via Ouro Preto. O objetivo exclusivo desta viagem foi uma romaria à casa do poeta Alphonsus de Guimarães, que estava prestes a finar. O visitante muito importante foi acolhido com hospitalidade pelo trovador de “Ismália”. (Lembram-se dos versos imortais: “Quando Ismália enlouqueceu, pôs-se na torre a sonhar. Via uma lua no céu, via outra lua no mar”.) Sem dúvida alguma, esta visita é um episódio monumental da história pitoresca da literatura brasileira. Aqui, em nossa paróquia, temos o caso de uma visita muito importante lamentavelmente interrompida pelo acaso. Manoel Hygino dos Santos, que é o maior escritor montes-clarense vivo, tomou conhecimento, por acaso, do livro de estréia do jovem escritor José Luiz Rodrigues, intitulado “Mocambo”. Gostou do que leu, pelo estilo, pela maneira diferente de escrever. Aprovou-o como produção literária que compensa ser publicada, lida e, se possível, ser reeditada. Pediu informações sobre o autor, identificou-o e finalmente obteve seu endereço residencial, na Vila Ipê. Em sua primeira vinda à cidade, resolveu fazer uma surpresa ao autor do livro de que tanto gostara e foi visitá-lo em casa. Bateu à porta e foi atendido por uma doméstica, que o informou da ausência momentânea do patrão. Sem a certeza de poder esperar pela chegada, voltou pelo táxi que o levara. Não houve uma nova oportunidade para uma visita marcada. Não obstante o azar de não ter sido encontrado em casa, José Luiz se sente prestigiado pela visita muito importante que não se consumou. Vale como se tivesse acontecido, não foi sonho...

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