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Mensagem: Estamos chegando José Prates Depois de amanhã, se Deus quiser, eu e minha mulher estaremos em Montes Claros e essa expectativa já nos colocou na boca, o gosto do arroz com pequi. A minha ansiedade agora é conhecer, andando pelas suas ruas, a cidade como está hoje, moderna, industrializada com o fervilhar de gente nas ruas estreitas que não foram alargadas. Na minha mente, porem, vai continuar guardada a Montes Claros menina, sertaneja inocente, cantada na poesia de Candido Canela. Irei a pé, andando devagar, pela Rua Doutor Santos e por ela, descerei r contemplando tudo, vendo o que mudou e o que ficou, até chegar lá em baixo, onde foi o Mercado. Sei que não vou tomar café no Bar do Zé Periquitinho, nem entrar na redação do Jornal, mas, quem sabe? Poderei entrar na Agência de Carros ou dobrar a Rua Quinze para comprar uma lembrancinha nas Casas Ramos e depois, tomar um refresco no Café Galo. Não sei se irei ao Alto de São João, mas, irei aos Morrinhos. Descerei a Melo Viana até a Praça da Estação, descerei a Avenida Francisco Sá e é possível que ali encontre João Leopoldo na mesma casa onde morava com os pais. Já que estou perto, vou até a Catedral agradecer a Deus por estar ali, onde há sessenta anos recebia a mulher, minha esposa. Tudo isto está na mente, fantasiando a estadia que pretendemos. Não importa como esteja a cidade, desfigurada pelo modernismo com a beleza da paisagem oculta pelos edifícios que já fizeram desaparecer da vista dos que chegam, até a beleza das torres da Catedral, o que nos importa é a visita à cidade que amamos e onde estão ainda vivos, muitos de nossos amigos da juventude que iremos rever depois de muitos anos. Vamos viver o passado, as alegrias de um tempo tranqüilo numa cidade tranqüila que cresceu naturalmente pela vocação de liderança que sempre conservou e muitos nos orgulha. Viveremos Montes Claros, com muita alegria. (José Prates, 87 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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