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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: Dengue: uma guerra Em manchete, no alto da primeira página, o “Jornal de Notícias”, edição de sábado passado, nos informa que Montes Claros é a quinta cidade de Minas com mais casos de dengue. Estive em Buritizeiro há poucos dias e também lá a situação é de calamidade pública, para não falarmos em Ibiaí. Uma pandemia. Noticias dessa natureza realmente nos assustam, mas não trazem solução. Nem mesmo os responsáveis pela saúde pública têm uma solução, pelo menos que esteja sendo posta em prática com objetividade. O combate à dengue tem sido limitado a ações de conscientização da população, alertada para os focos de proliferação do mosquito transmissor. Não é suficiente, ou melhor, não se chegará a lugar nenhum. Algumas pessoas, mais conscientes, cuidam de limpar seus quintais, suas casas, mas existem as que não cuidam, as que não se incomodam, e estas prejudicam a todos. Há os lotes vagos, murados, trancados. Os agentes da saúde pública aparecem ocasionalmente para uma visita às residências. Não é por aí. Não sou sanitarista, nem pretendo ser. Não tenho mais idade para voltar a estudar. Estou satisfeito com o que sou: um ser humano independente. Lembro-me, com alguma satisfação, que nos anos 40, no governo de Dutra (1946/1950), em um curto espaço de tempo, foi erradicada a malária do Vale do rio São Francisco. O combate ao mosquito “anopheles” transmissor da malária, o mosquito prego, foi realizado pelo governo em ação de guerra, não pelo povo. Também o combate à febre amarela o Rio de Janeiro foi uma ação de guerra e em estado de guerra os direitos individuais são superados pelo coletivo. Recordo-me do mata-mosquitos. Ele, pulverizador às costas, adentrava em todas as casas, em todos os lares, dos grandes e dos pequenos, dos ricos e dos pobres, não admitindo recusas, em períodos pontuais, aplicando o Dicloro-Difenil-Tricloroetano–DDT, altamente eficiente a curto prazo. Vistoriava as residências regularmente (todas), nas cidades e no meio rural. Tinha poder de polícia. O governo distribuía medicamentos para atendimento aos doentes. Hoje existem inseticidas melhores e não prejudiciais à saúde humana, mas a verdade é que o DDT resolveu, no seu devido tempo. Dentro do período de um governo a malária foi erradicada do Vale do rio São Francisco. Uma ação de guerra. O são-franciscano agradece. Não se diga que hoje estamos em uma democracia e que as pessoas são livres para decidirem o que querem ou o que não querem fazer. Também no governo Dutra estávamos em um democracia. Em estado de defesa coletiva, em estado de guerra conta uma doença, teriam que ser decretadas medidas restritivas de direitos, democraticamente definidas pela própria Constituição. O nosso caminhão de fumaça (como é conhecido), que pulverizava de forma eficiente as ruas com inseticidas, foi suspenso porque também matava borboletas. “Est modus in rebus” – há uma justa medida em todas as coisas, na sábia lição de Horácio. Esperar a boa vontade da população, a ação individualizada de cada cidadão, é chover no molhado. E por falar em chover, é justamente no período chuvoso que a dengue de alastra.

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