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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: Revivendo o passado, poderemos encontrar felicidade no presente José Prates Agora, em janeiro passado, estivemos em Montes Claros numa visita à família e admiramos o progresso da cidade, como dissemos em outra oportunidade. Edifícios altos ultrapassando as velhas torres da Catedral, até, então, o primeiro sinal da cidade a aparecer no horizonte, a quilômetros de distância, apresentando a cidade a quem chegava, geralmente a cavalo, vindo das fazendas. Agora, não. As velhas torres não são mais vistas, ocultadas pelos prédios mais altos que lhe impedem de aparecer ao visitante, com votos de boas vindas à cidade. Hoje, todo mundo está acostumado com a cidade grande que nem procura mais as velhas torres como referência. São coisas do progresso de um lugar que nasceu pra crescer. Não nasci em Montes Claros, mas, sou seu filho de criação. Estou, porem, por força do ofício, há cinqüenta e cinco anos vivendo longe de lá, visitando-a, porém, de vez em quando, para rever os parentes e amigos. Sempre que isto acontece, novas surpresas se me apresentam, sem que, porém, a velha Montes Claros que me recebeu na adolescência, desapareça de minha mente. É como a lembrança da mãe carinhosa que tomou a mão do filho, nos seus primeiros passos no íngreme e longo caminho da vida. Embora a cidade de hoje não seja, nem de longe, aquela que me embalou os sonhos, fazendo-me caminhar para frente em busca das realizações que a vida exigia, ela continua com a mesma beleza juvenil do passado, mostrando a inocência e pureza do caráter sertanejo. Hoje, Montes Claros é outra, fruto do trabalho e amor dos seus filhos que atraíram o desenvolvimento exigido pelo lugar que nasceu predestinada à grandeza sem perder a modéstia do sertanejo. Aquela cidadezinha do passado, sertaneja poética e inocente não morre, porém. Continua viva, intacta, bela e poética em nossa mente. Ninguém esquece onde conquistou o primeiro emprego, nem sai da lembrança como nasceu o primeiro amor que nos fez viver o romantismo da adolescência. Pois foi em Montes Claros que isto me aconteceu, marcando uma época de minha vida, cuja lembrança, os anos de existência não conseguiram apagar. Quando, disso nos lembramos, a nossa alma festeja e nos faz reviver o passado, amenizando as exigências do presente. Quantos montesclarenses que neste momento estejam lendo esta crônica, não estejam, também, voltando ao passado para viverem os seus momentos felizes na cidade onde nasceram. Não importa onde estejam nem importa o que fazem, quando o passado ressurge com o mesmo cenário, fazendo-nos revivê-lo. Fechando os olhos, as luzes da mente se acendem iluminando o cenário de tantos e tantos anos passados que agora nos volta à mente como lembrança, e nos reconduz aonde a alegria e a felicidade estiveram conosco, fazendo-nos afastarmos do presente angustiante, pelo menos por alguns instantes enquanto a mente nos reconduz ao cenário de um passado alegre e feliz. (José Prates, 87 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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