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Mensagem: Montes Claros cresceu! Cresce não, Montes Claros. E Montes Claros, amada patriazinha, contrariando o meu pedido, teimosamente insiste em crescer. Os paralelepípedos foram substituídos por asfalto. Na Avenida Coronel Prates, onde funcionou o Colégio Diocesano e posteriormente a Prefeitura, a Câmara Municipal e a Biblioteca Pública, foi construído o enorme supermercado. Mataram a mangueira que todos os anos produzia frutos para os funcionários daquela casa. A residência de vó Nininha, e onde vivi minha feliz infância, tem uma galeria de lojas. Meu quartão não existe mais! A alinhada casa, com piscina, do Dr. Luís Pires, jogada ao chão, virou abrigo de carros e motos. Onde funcionou o consultório do Dr. Mário Ribeiro e foi também residência de Ênio Pacifico Farias, agora é restaurante. A garagem e o quintal de Félix Pimenta são um grande estacionamento. A parte da frente: Azure Modas, Rita Cabeleireira e Loja de material elétrico. No sobradinho onde morava a família de dona Fernanda Ramos (que partiu há pouco tempo), o “Casarão das Noivas”. No antigo prédio da Macife, de José das Neves, funciona o Colégio Prisma, uma filial da Palimontes e uma agência do Banco do Brasil. A sorveteria Sibéria (que tinha o “manjar dos Deuses”, sorvete de doce de leite) deu lugar à padaria Puro Grão. Ao lado da padaria, apareceu um arranha céus de apartamentos. Seu Landes e dona Netinha Tolentino moram lá. Na pensão de seu Geraldo e dona Jara Caires, e onde funcionou o Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandes, está a Casa dos Óculos e Óticas Diniz. Na esquina onde era a Êxito Empreendimentos, de Luís Pacifico Rodrigues, a Naturefarm e Minas Bahia Seguros. Dona Terezinha, viúva do Dr. Simeão Pires, mudou-se, e a antiga residência agora é Farmácia Real. Dona Lena, mãe de Augustão ´Bala Doce´, faleceu e, supostamente, onde ela morava será construído um novo arranha céus. A grade e o murinho da “lustrosa” casa de dona Odília Dias viraram estacionamento para os clientes da Farmácia Homeopática Artémisia. O mais belo roseiral, rosal, dos nossos jardins converteu-se em estacionamento de carros, acompanhando a degradação da avenida. A fachada do Colégio Imaculada Conceição foi alterada, seguindo os tempos modernos. O “Coléginho Imaculada”, ao lado da casa de Dona Genoveva e onde cursei parte do primário , abriga as irmãs de caridade. Do jardim, irmã Vêrla acena para as criancinhas que saem da missa na Capela do Colégio. A casa de Benoni e Iara Mota também virou estacionamento. Ao lado, parede e meia, na propriedade de Ademar e Maria Clara Leal, foi montada a clínica de exames IMED. Subindo a Rua Presidente Vargas observo que a Venda de seu Carlos e o Bar Sibéria não existem mais, agora é um imenso posto de gasolina. Em frente, demoliram a casa da minha professora de educação física, dona Ligia. A sapataria de Tião Boi, também. Na Rua Doutor Veloso, no Espeto de Ouro, onde eram servidos os melhores pratos da cidade, agora é boutique Kai Lua. O Centro Cultural Brasil Estados Unidos fechou. Dona Marinês continua morando na Rua Dr. Veloso, agora mais idosa. João Doido não grita mais:”Terezinha é minha”, no coreto. Virou anjo! A Praça da Matriz, por onde corri muitas vezes, deixou de ser pacata e hoje é frequentada por usuários de drogas. Nem a magia da fonte luminosa aguentou. As serenatas feitas em noites de lua cheia, quando os apaixonados se declaravam nas janelas das moçoilas, foram substituídas pela poluição sonora de shows e usinas de som em veículos. As “chacrinhas” que realizávamos em nossas casas deram lugar as músicas eletrônicas tocadas por DJs em boates, sem revestimento acústico. O “ponche” (bebida de groselha e maçã) que os adolescentes tomavam nas festas, foi trocado por bebidas alcoólicas em excesso. O carro de madeira de Betão ronca ferro foi substituído por milhares de veículos, deixando a todos estressados. Já não podemos afugentar o calor e jogar conversa fora assentados nas portas de nossas casas. O tráfico de drogas, costumeiro em cidades maiores, trouxe insegurança para os cidadãos de bem. É impossível caminhar pelas ruas de Montes Claros sem o risco de assaltos. Nossos filhos não podem jogar maê, bola, pular corda, brincar de roda e esconde- esconde pelas ruas e calçadas. Montes Claros, diferentemente do que pedi, cresceu. Cresceu de todas as formas, mas manteve a sua identidade de cidade hospitaleira. E eu... Também cresci, embora tenha desejado ficar eternamente criança. Crescemos, Montes Claros, eu e você. Para cima e para alto, devemos ir. Cidade: Montes Claros País: Brasil
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