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Mensagem: Para enfrentar a seca Manoel Hygino - Jornal “Hoje em Dia” No tempo de Gonçalves Dias, havia palmeiras nas quais os sabiás cantavam. Depois dos penosos dias de sol e calor de 2012/2013 até recentemente, não acontece mais. As palmeiras estão acabando e aqueles pássaros as seguem. No decorrer de décadas, acompanhei pessoalmente, pelo noticiário das revistas e jornais, pela televisão e rádio, por depoimentos pessoais, o fenômeno das secas desde o Nordeste ao sertão mineiro, avançando, avançando, por culpa dos brasileiros e pela ineficiência das políticas públicas. 2012 terminou, mas a estiagem ingrata, penosa, destruidora, não. Nada permitia a excessiva confiança em chuvas restauradoras no final do ano passado, no primeiro trimestre do atual. Mas a obstinação na esperança sempre remota entrou no segundo trimestre: barragens em níveis baixos de água, o risco continuado na redução da energia de fontes hidráulicas. O problema não está encerrado. O interior mineiro, afetado pelo drama, sofre. Plantações, a horta, os animais, a pequena produção destinada aos mercados, os córregos secando. Distraídos, os anjos da devoção popular não atendem ao clamor dos fieis. Leio a notícia desalentadora: se os especialistas em meteorologia estiverem certos, não haverá mais chuvas significativas para o Norte de Minas nas “águas” atuais. A esperança é de que os institutos meteorológicos pátrios, com numerosos erros nas previsões, inclusive as recentes, falhem mais uma vez, agora em favor dos desvalidos. Como escreveu, há dias, o jornalista Paulo Narciso, fora da ciência, a chuva poderá driblar a previsão e vir alegrar o sertão. Acreditamos. Mas o governo se apanhou em omissão, porque confiava demais em São Pedro, sobremaneira ocupado com os graves problemas que afetam a Igreja que ajudou a fundar. Decidiu, assim, Brasília pela adoção de medidas inovadoras, originalíssimas, para uma tragédia imemorial, ainda nas palavras do periodista conterrâneo. A presidenta anuncia recursos para o Nordeste e a Área Mineira da Sudene. Deseja, enfim, enfrentar os efeitos de uma das piores secas dos decênios mais recentes. O dinheiro será aplicado – segundo se espera – na construção de 750 mil cisternas e no aumento da frota de caminhões-pipa. Além de bolsa-estiagem e restabelecimento de serviços essenciais, como recuperação de poços artesianos. Tem-se de esperar a tragédia para agir contra o desinteresse e o descaso.
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