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Mensagem: Caixa d’água do BrasilManoel Hygino - Jornal “Hoje em Dia”O governador Bias Fortes, José Francisco, em seus discursos, com voz grave, ensinava que Minas era a caixa d’água do Brasil. Tinha ponderável razão. Nas montanhas deste Estado nascem rios que fornecem água, energia e riqueza para grande parte do território brasileiro.Mas as coisas não se desenrolam tão satisfatoriamente para a velha província. É o que se deduz, por exemplo, das obras da barragem de Berizal, em Rio Pardo, Norte de Minas, que beneficiaria 200 mil pessoas. Decorridos 14 anos do início da construção, com utilização ou desperdício de R$ 100 milhões de dinheiro público, o empreendimento está simplesmente paralisado no distante município de Taiobeiras.A obra é de responsabilidade do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), subordinado ao Ministério de Integração Nacional. Em 2002, o trabalho foi embargado por suspeita de superfaturamento, falta de licença ambiental e riscos de assoreamento que comprometeria a vida útil da represa.Sobraram plataformas de concreto, ferragem, verbas perdidas, ações trabalhistas e problemas no pagamento de indenizações. Assim estamos com o processo em regime de confidencialidade restrita, a obra foi retirada do PAC 1 e o Ministério Público Federal instaurou inquérito há dois anos. Ficou como dantes.Este o Brasil que progride. Conta-se que faltam R$ 60 milhões para a conclusão. E vergonha na cara, é óbvio.Isso lá no Norte. No Triângulo, a Cemig se vê na contingência de recorrer à Justiça para a prorrogação da concessão da hidrelétrica da Jaguara, sob alegação de que o requerimento respectivo foi apresentado intempestivamente. Na época, a concessionária se negou a renovar qualquer uma das 21 suas usinas, sob as condições impostas pelo Ministério das Minas e Energia, em cuja frente se encontra o ministro Lobão.Evidentemente S.Exa. desconhece a importância de Minas no processo de abastecimento energético do país, bem como sua atuação no desenvolvimento nacional. Jaguara é uma conquista memorável do Estado, desde que a União lhe surrupiou o aproveitamento de Estreito, também no Rio Grande. Minas parece condenada a servir apenas de depósito de água e de restos de obras estagnadas. E paira silêncio.
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