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Mensagem: DR. MÁRIO RIBEIRO José Prates Estava lendo, agora, o artigo de Aroldo Tourinho sobre o Dr. Mário Ribeiro e no decorrer da leitura, a figura do grande médico não se afastou de minha mente, dando-me a sensação de sua presença. Éramos amigos. Mas, além de amigo, eu era um seu grande admirador tanto pelo seu desempenho humano da medicina, quanto pelo seu interesse e disposição no trabalho social pela cidade e seu povo. Tínhamos a mesma ideologia política e pensávamos igual sobre o progresso do país e o bem-estar do seu povo, o que Dr Mario sempre deixou transparecer em seus atos, quer como médico ou cidadão comum. O seu amor e interesse por Montes Claros foi muito grande, manifestado publicamente quando se formou. Para surpresa de seus colegas de formatura, preferiu em começo de carreira, clinicar na sua cidade, no sertão mineiro, em vez de fazer parte de um consultório médico na capital, com grandes chances de progresso. Montes Claros não era o que é hoje, mas, também, não era uma cidade pequena. Em comércio liderava o norte de Minas e sudoeste da Bahia; na área de medicina, necessitava de mais médicos para uma população que crescia. Dr. Mário compreendeu isto e aqui se instalou tornando-se um dos principais e mais procurados clínicos da região. Torcíamos pelo mesmo time de futebol, o João Rebelo que virou Ateneu, aliás, criação do próprio Dr Mário. Eu estava no O Jornal de Montes Claros onde era o “faz tudo” porque na redação era eu e só eu. Para as noticias do esporte de que eu nada entendia, sempre procurava o Dr. Mário para as novas do Ateneu e “seu” Loyola para saber do Cassemiro de Abreu, únicos times que realmente interessavam ao leitor. Os outros, como o Ferroviário, tinham pouca importância no cenário esportivo da cidade. Como aficionado do Ateneu que por força do hábito, eu sempre chamava de João Rebelo, não conseguia redigir um comentário esportivo sem puxar a brasa para o seu lado, o que desagradava muita gente. Sobre isto fui chamado atenção pelo Diretor do jornal, o Dr. Luiz Pires e tentei fazer um comentário imparcial, o que não consegui. Entreguei, então, a parte esportiva para Lazinho, um jovem que estava começando no jornal, mas, entendia de esporte muito mais do que eu. Quando fui transferido para o Rio de Janeiro fui despedir-me do ilustre amigo que me desejou felicidade no novo endereço, salientando que o Rio poderia me oferecer melhores chances no meu trabalho como jornalista. Conversamos bastante sobre o Rio de Janeiro que eu pouco conhecia, Ficamos, então, entendidos que não perderíamos o contato e aconselhou-me a continuar escrevendo no jornal como correspondente no Rio. Assim, disse-me ele, os amigos não perderiam o contato comigo. Falei com o saudoso Dr Oswaldo que aceitou a idéia e durante algum tempo, colaborei à distancia como jornal. Quando tive notícias de sua eleição para a Prefeitura, mandei-lhe um telegrama dizendo de minha alegria pela sua escolha pelo eleitor montesclarense para dirigir sua Prefeitura o que significava a consciência política do povo de nossa terra. Sempre que tinha contato com Montes Claros, procurava saber sobre a administração de Mario Ribeiro e as informações eram agradáveis. A noticia de sua morte foi uma surpresa desagradável que nos atingiu, deixando-nos bastante tristes. Só nos restou orar pedindo a Deus para recebê-lo como um dos benfeitores de Montes Claros. (José Prates, 87 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Atualmente, é um dos diretores do Sindicato da Classe)
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