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Mensagem: GERALDO ATHAYDE CENTENÁRIO Foi um dos grandes amigos de meu pai, correligionários do antigo PSD. Seu centenário foi comemorado no dia 1º de maio de 2013, numa missa. Recebi convite, mas não pude comparecer a Montes Claros porque estava internado num Hospital de Belo Horizonte para colocar marca-passo no coração. Eu o conheci quando ainda era criança. Meu tio, Air, irmão de meu pai, casou-se com uma irmã dele, minha querida e inesquecível tia Clarice. Admirava aquele seu jeitão calmo e educado de falar, sua alegria, seu óculos com lentes brancas e armação preta, seu bigode bem aparado, seu vasto sorriso, sua alegria contagiante e sua elegância em se vestir. Quando tinha 13 anos ele foi o Prefeito do centenário de minha aldeia. Era muito amigo de JK, de quem teve ajuda para fazer uma revolução na cidade, preparando-a para a efeméride. Meu pai, vereador, apoiava todos os seus projetos. Gosto muito de seus filhos Maria Eugênia (Maruja), Cecília e Cláudio, que nos deixou recentemente, no esplendor da vida. Minha amizade com Cláudio se aprofundou de tal forma que nos tornamos meio que irmãos. E como eu gostava de “tia” Lia Prates, sua esposa, que, embora não fosse mulher de muita conversa, espelhava a pureza de sua alma, cheia de bondade, caridosa e solidária. Uma vez ele me apresentou a JK e eu consegui angariar uma boa doação para a nossa Comissão de Formatura do curso ginasial, da Escola Normal. De outra feita, na Vista Alegre, fazenda de seu irmão Carlúcio, ele e meu pai proporcionaram aos convidados de uma festa de aniversário uma cena inusitada. Beberam umas pingas e resolveram brincar de boi e vaqueiro. Sabem como? Ora um era o boi, ora o vaqueiro. Quem conseguisse laçar o outro mais vezes seria o campeão. Meu pai saiu correndo atrás dele, de laço em punho. Jogava o laço e ele desviava. Quando cansavam, paravam, davam uma descansada e os papéis se invertiam. Num certo momento, sentindo-se quase encurralado, ele fez uma coisa que levou todos os convidados a cair na gargalhada: segurou um fio de arame de uma cerca com as duas mãos e simulou que iria cortá-lo com os dentes, para fugir da perseguição do vaqueiro, como fazem os bois. Foi um grande deputado estadual e defendeu com dignidade os interesses de nossa aldeia e de nossa pobre região. Era querido por todos, até pelos adversários, porque, bondoso, não perseguia e nem guardava ódio ou rancor de alguém. Parece que foi a mão de Deus que o fez Prefeito do centenário. Era Presidente da Câmara Municipal e assumiu o Executivo justo na ocasião. Irmão de Wilson, “tia” Nenzinha, “tia” Maria Augusta, Carlúcio, Cássio, tia Clarice e Armando; filho de seu Ataidinho e de D. Alda, assim foi, para mim, esse grande homem chamado Geraldo Athayde, bacharel em Direito, cultivador de amigos e dono da fazenda Caraíbas, terras fertilíssimas onde engordava seus boizinhos. Um grande amante da vida, que nos deixou muito cedo. Visitei-o no Hospital São Lucas, em Belo Horizonte, pouco antes de sua viagem. Sempre me lembrarei dele como símbolo de honradez, de dignidade e de respeito ao semelhante. Que Deus o tenha, bem pertinho, para algum novo projeto de amor ao próximo.
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