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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 4 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Polícia Federal desmonta quadrilha acusada de desviar recursos de prefeituras pequenas, em especial do Norte de Minas, para comprar carros luxuosos, casas na praia e fazendas - Luiz Ribeiro - Operação Sertão Veredas, desencadeada ontem pela Polícia Federal, desmontou uma organização criminosa acusada de agir como um Robin Hood ao contrário, desviando recursos de pequenas prefeituras do Norte de Minas, uma das regiões mais carentes do estado, para comprar carros de luxo, fazendas e casas na praia, totalizando 60 imóveis. O esquema envolvia fraudes em licitações e pagamentos de serviços não executados. Até o final da tarde de ontem, 13 pessoas foram presas e um ex-prefeito estava foragido. O grupo agia em cerca de 10 cidades mineiras, duas baianas e em Guarapari, no Espírito Santo. “A origem das desigualdades está exatamente na corrupção pública. Quanto maior a desigualdade, maior é o índice de corrupção”, avaliou o delegado Marcelo Eduardo Freitas, chefe da Delegacia da PF em Montes Claros, responsável pela operação que mobilizou 100 policiais. Foram presos empresários e servidores públicos suspeitos de colaborarem com as fraudes, como integrantes de comissões de licitações das prefeituras, especialmente de Januária e Itacarambi, no Norte, em gestões anteriores. As investigações não atingem as atuais administrações. Dos 14 mandados de prisão expedidos, o único não cumprido foi o do ex-prefeito de Itacarambi Rudimar Barbosa (PMDB), considerado foragido pela PF. Ele administrou a cidade entre 2009 e 2012, sendo afastado do cargo no fim do mandato, por denúncias de irregularidades. A PF apreendeu um contrato de R$ 20 milhões em nome de Rudimar. Foram cumpridos ainda 10 mandados de busca e apreensão e 21 mandados de valores, bens móveis e imóveis nos municípios de Montes Claros, São Francisco, Itacarambi, Januária, Manga, e Janaúba (Norte de Minas), nas cidades baianas de Vitória da Conquista e Prado e em Guarapari (ES). Entre o fim de 2011 e 2012, foram desviados cerca de R$ 5 milhões por meio de fraudes em licitações dirigidas para aluguel de máquinas e contratação de serviços de limpeza pública, pavimentação de ruas e outras obras de construção civil. “Muitas vezes, os serviços eram pagos e não eram executados, ou as medições não correspondiam aos valores pagos, por conta da facilitação dos servidores públicos envolvidos”, informou Marcelo Freitas. A investigação feita pela PF e Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), através de análises de documento, levantamento de campo e escutas telefônicas, indica que as fraudes eram aplicadas pelo mesmo grupo havia cerca de 15 anos. Os integrantes da organização acumularam bens avaliados em R$ 50 milhões, incluindo casas de veraneio em Prado e Guarapari, fazendas e sítios de luxo, que foram bloqueados para o ressarcimento aos cofres públicos. Na operação, foram apreendidos 45 veículos, entre eles, 25 carros de luxo, incluindo vários importados. “Todos os bens eram colocados à disposição para pessoas envolvidas nas fraudes”, informou o delegado da PF Thiago Amorim. Houve apreensão ainda de R$ 722 mil em cheques e R$ 60 mil em dinheiro. Cabeça De acordo com informações levantadas durante a investigação, foram detidos na operação da PF, os empresários Marcos Vinícius Crispim, o Corby, apontado como o cabeça da organização; Jurandy Arruda, Fábio Durães, Fabiano Durães; David Tabuadas; o advogado Vandete Mendes Júnior, ex-superintendente da prefeitura de Januária; e André Rocha, ex-secretário municipal de Saúde de Itacarambi. Também foram presos Murilo Santana; Franklin Crispim; Dalmar Júnior (que teria sido detido em Vitória da Conquista, na Bahia); Nestor Fernandes de Moura Neto e a mulher dele, Daniela Pinto Mota. Estes dois últimos são ex-servidores da Prefeitura de Itacarambi. A investigação afirma que Corby recorreu a um esquema de lavagem de dinheiro e compra de imóveis, por meio de laranjas. Ele é apontado como dono de uma concessionária de veículos em Januária, onde houve a apreensão de diversos carros de luxo. A prisão temporária de cinco dias pode ser renovada por igual período. Os envolvidos poderão ser processados por crime contra a administração pública, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, desvio e apropriação de recursos públicos. Estado de S. Paulo - Operação Sertão Veredas resulta em 13 prisões. Christiano Jilvan. A operação ´Sertão Veredas´, deflagrada pela Polícia Federal em Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo, nesta segunda-feira, resultou na prisão preventiva de 13 pessoas acusadas de envolvimento num esquema de fraude em licitações e em obras e serviços públicos em cidades do Norte de Minas. O dinheiro desviado, entre outros destinos, era aplicado na compra de imóveis e carros de luxo, propriedades rurais e casas de veraneio no litoral capixaba e no Sul da Bahia. Com o apoio do Ministério Público Estadual, três delegados e 100 agentes cumpriram nos três estados 45 mandados de prisão, busca e apreensão. Foram apreendidos 45 veículos, entre carros de passeio e máquinas pesadas, e 60 imóveis estão bloqueados. A Polícia encontrou também R$ 600 mil em cheques, R$ 60 mil em dinheiro e notas fiscais de origem duvidosa (frias). Entre os acusados estão empresários, agentes públicos e ex-servidores públicos municipais. Há em aberto um mandado de prisão contra um ex-prefeito do Norte de Minas. Marcos Vinícius Crispim, conhecido como Corbi, empresário em Januária (MG) é apontado nas investigações como o ´mentor´ do esquema. Seu advogado, Cristiano Jackson Pereira Otoni, adiantou que não tem conhecimento de quais são as acusações contra ele e, por isso, seu cliente fará uso do direito ao silêncio no depoimento. ´Ainda não tivemos acesso aos autos, mas pediremos a revogação da prisão temporária´, disse Otoni, que representa outros dois acusados. Rombo seria maior No período entre 2011 e dezembro de 2012, segundo o delegado-chefe da Polícia Federal em Montes Claros, Marcelo Eduardo Freitas, ´a investigação aponta para uma sangria nos cofres públicos próxima a R$ 5 milhões´. Neste primeiro momento, a incidência maior das apurações concentra-se na gestão anterior dos municípios mineiros de Itacarambi (MG) e de Januária. ´As provas são robustas´, informou. No entanto, o rombo seria bem maior. ´Se somados, os patrimônios dos acusados chegariam, no mínimo, aos R$ 50 milhões´, completou o também delegado Thiago Amorim, ao afirmar que o esquema seria uma forma de reaver o dinheiro aplicado por terceiros em campanhas eleitorais. Conforme a PF, no esquema, os mandatários da comissão de licitação permitiam que só uma empresa ligada ao grupo participasse do processo de contratação de serviços de limpeza pública e de mão de obra, pavimentação, construção e locação de máquinas e de veículos pesados. Não havia fiscalização alguma. ´Após as mediações, a licitação era direcionada. O pagamento era feito de forma integral e o serviço era feito pela metade ou, em vários casos, nem mesmo acontecia obra alguma´, pontuou o delegado Marcelo Freitas. O Ministério Público de Minas Gerais apurou, ainda, que parte do dinheiro desviado era usada para comprar casas, apartamentos e sítios. Um das propriedades rurais adquiridas recentemente pela esposa de um dos acusados custou R$ 300 mil e foi paga à vista. Mas para não chamar a atenção, o imóvel adquirido ficava em nome de filhos menores dos envolvidos ou de terceiros, mas sempre com procuração de um integrante do grupo investigado para o controle e possível negociação.

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