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Mensagem: Carta à dona Maria das Dores Alberto Sena Dona Maria das Dores Guimarães, tomo a liberdade de lhe escrever certo de que não se importou com o fato de eu ter tomado a liberdade de copiar, sem licença prévia, no âmbito do facebook, as fotos que a senhora postou da querida Montes Claros. Digo-lhe isso porque a senhora não me conhece e eu, despertado por Adriano Souto, acessei a sua página a fim de fazer uma viagem ao passado. Não que eu viva dele, mas para que, por meio das fotos pudesse reavivar a memória e ganhar mais lume sobre a nossa terra. O mais importante é que sei quem é a senhora e felicito os seus por a terem, assim, vistosa, forte e feliz. É o que pude ler da foto que se encontra no frontispício da sua página, juntamente a seu digníssimo marido, quando ainda entre nós. Quanta história a senhora tem guardada, hein?! Vi uma por uma, todas as fotos e nelas pude rever pessoas. E se me permite dizer, não vi as fotos com o doído sentimento de saudade. Tomei-as como a um trampolim, feito o da Praça de Esportes daquela época, onde os atletas de então faziam acrobacias. Ganhei mais impulso para a vida. Quanta beleza e força me despertaram as fotos da construção da Catedral de Nossa Senhora Aparecida. E as fotos de JK andando pelas ruas de Montes Claros? Naquele tempo, o fazer política era levado mais a sério. O espírito público ainda vivia. JK inaugurando o Parque de Exposições João Alencar Atayde parecia pessoa comum. As fotos da miss Virgínia Barbosa, a beleza de Clarice Sarmento, a voz e a interpretação de Aline Mendonça... Lembrei-me das vezes que ouvi Aline declamar poesias lindas no auditório do Colégio Imaculada Conceição. O prédio do colégio está gravado para sempre na foto que a senhora postou. Daquela porta do colégio um caudal de história jorrou. Como não poderia deixar de dizer – e de lamentar – muitos dos fotografados já se foram, mas compreendo, só existe vida. E mais vida das fotos de Montes Claros antiga jorrou. Mas não me encontrei em nenhuma delas. Entretanto, de muitos dos acontecimentos registrados participei como mero figurante, como daquela foto do Estádio João Rebello, em 1957, quando do Centenário de Montes Claros. A cavalhada. Os cavaleiros de lança em punho e a galope catavam no ar alianças. Um turbilhão de sonhos sacudiu a caixa craniana do menino de 8 anos, enquanto a multidão se unia em aplausos. Se uma foto vale mais de mil palavras, dona Maria das Dores, o acervo que postou é um livro a espera de quem o escreva para assegurar os fios de memória com os quais fiará o espectro de Montes Claros, dentro de Montes Claros de hoje. Essa cidade que a senhora tomou o cuidado de fotografar para mostrar à posteridade como eram os costumes, a cultura, a beleza e a elegância da gente montesclarina, essas fotos, dona Maria das Dores, valem milhões de palavras. Se me permite dizer, oh respeitável senhora, sempre achei uma bobagem sacar fotos e guardá-las numa gaveta. Inda bem que a internet e o facebook aí estão para facilitar as coisas. Fotos a gente precisa mostrar. Servem como comparativo de como era antes e de como será depois. O professor de história Pedro Santana, que lecionou para gerações de montesclarinos, disse-nos numa das suas primeiras aulas, que “não é possível prever o futuro sem conhecer o passado”. É gostoso olhar para trás e constatar: o passado foi bom, bonito, rico em criatividade. É por tudo isso que a senhora, os seus e os meus vivem bem, graças a Deus. E eternamente enquanto durar o tempo de cada um, é necessário viver em paz. Por aqui ninguém passa em vão. Mas, dona Maria das Dores, “se a alma não é pequena”, todos os tempos são bons. Cada qual ao seu tempo. Importa ter alegria de viver. Ter o gosto de contemplar a beleza do planeta, a nossa casa. Andar. Subir e descer a Mantiqueira. Apreciar a beleza do céu, do mar, das florestas, dos animais e das gentes que Deus pôs no mundo. Tudo depende do olhar de cada um. Desculpe-me, dona Maria das Dores, pelo incômodo, a essa hora dos dias e das noites. A intenção era só mesmo agradecer pelas fotos. Obrigado.
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