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Mensagem: Importância das Memórias O que é Montes Claros para mim? E’ uma coisa antiga que não sei explicar como funciona. Montes Claros, como conhecê-la se não viajarmos pela sua cultura, pessoas, acontecimentos. Os montesclarenses registram sua memória cultural, referências, não permitindo que adormeçam histórias interessantes, bonitas que precisam ser contadas. A cidade de Montes Claros teve e têm muitos representantes na arte, música, poesia e em todas as áreas do conhecimento humano. Essas lembranças tem um frescor de tempo que passou, de memórias que ficaram. Sabemos, que o passado é a ‘’célula mater’’ de nossa vida. Ele dá sentido ao presente e ao futuro. Começo uma viagem para fora e para dentro. O coração quer fazer um retrato de cidadãos montesclarenses, homens e mulheres que ajudaram a construir os alicerces da Montes Claros atual no trabalho cotidiano na primeira metade do século XX. Entender uma cidade a partir de seus moradores com os olhos de ontem e de hoje, lembro-me de alguns deles: ‘’Seu’’ Valério do restaurante do mesmo nome, onde a sociedade se reunia para comemorações importantes; no velho Mercado Municipal, os comerciantes Zé Boi, Arthur Amorim, os açougueiros Zé Branco, José Boy, e os moradores do entorno da cidade trazendo hortifrútis. Na Praça de Esportes, Emidio Carvalho, sargento Marino ‘’seu’’ Pimenta e Sabu que ensinou uma cidade a nadar; os ‘’chauffeurs’’ de praça, Mário Alencar, Maroto, Didi; Na estação da Central do Brasil, Geraldo do seletivo que auxiliava a todos nos momentos amargos e inesperados. Não me esqueço da presença diária de Matias Peixoto, nessa estação trazendo as bagagens dos viajantes numa carroça, pois automóveis eram raros, só os mais abonados os possuíam. Todas as diretoras e professoras dos grupos escolares representadas por Alice Aquino Netto fundadora do Instituto Dom Bosco e Lili Madureira professora que num passe de mágica, alfabetizou centenas e centenas de crianças montesclarenses e configuram a riqueza do nosso ensino. Leonel Beirão de Jesus é figura memorável com a inesquecível boneca de Leonel alegrando as ruas e nos momentos de sofrimento administrando a funerária, não deixando nenhum, indigente sem o enterro digno. Vem à minha memória Waldir Durães (Dim) que cantava nos clubes embalando pares que dançavam de rosto colado. Os alfaiates Cecílio Barbosa, Brasiliano Ribeiro Cruz, os irmãos Wilson e Ayres Drumond eram os responsáveis pela elegância masculina; As costureiras Natália Peixoto, Teresa Dias e Nininha Silva, todas grande estilistas, craques das tesouras, criavam modelos para senhoras e moças. As costureiras Deolinda Prates, Maria Helena Vieira, Herclória Versiani, Nely Pimenta se ombreavam com os modelos infantis da casa Valentim no Rio de Janeiro. Jamais esqueceria as pessoas de Irmã Beata – Nossa Teresa de Calcutá,- trazendo ao mundo milhares de crianças, independentes de classe social, com o mesmo carinho e compaixão; De Dona Clotilde Versiani aplicando vacinas, fazendo curativos e amenizando as dores do mundo; De Dr Raul Peres fazendo o exame médico nos colégios para os alunos estarem aptos para as aula de educação física. Lembro-me com saudade dos carteiros Juca Carteiro, Otacílio Gomes de Oliveira e Zeca do Correio, esperados com ansiedade pelas moças que tinham namorados fora e também de Maria Vasconcelos Câmara – Lica - mulher à frente do seu tempo participando ativamente na política local, enquanto suas contemporâneas se resguardavam no recesso do lar. As tradicionais Festas de Agosto sob a batuta de Mestre Zanza – catopés -, Geraldo Paulista – marujos -, e Joaquim Poló – caboclinhos - , guardiões dos festejos de agosto, eram, por nós, esperados com ansiedade. D. Quininha Chaves e D. Zinha Prates, ensinavam as crianças as músicas de coroação de Nossa Senhora. Todas essas personalidades contribuíram com suas atividades na metade do século XX. Tenho certeza de que muitos outros também o fizeram e a eles a gratidão de todos que viveram nessa época. Montes Claros hoje é outra cidade: Centro Educacional de referência Nacional, Moderna, Industrial e polo do Norte de Minas, sem perder a ligação com o passado.
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