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Mensagem: Os termômetros ainda há pouco marcavam 26 graus, na cidade de M. Claros. Até onde é possível ver, e examinar, não foram muitas as vésperas de São João, entre nós, com temperatura tão soberba, capaz de dispensar as fogueiras que são tanto do nosso encanto. Fogueiras de São João em Montes Claros! Têm a mesma importância do Natal, das Festas de Agosto. São lampejos na e da memória. A fogueira em todas as portas. Meninos brincando, correndo. Fogos. Músicas. Cancões, serestas, tudo cabe na noite mais comprida e esperada do ano. Noite inolvidável. Certo que não temos frio austral, mas sempre tivemos nosso frio próprio, para o consumo de junho e julho. Tirante a primeira semana de maio, não tivemos frio novamente neste ano. Faz frio nas outras Minas, que dizem existir lá fora. Não na nossa. E a Noite de São João montesclarina, embora sobrenade hoje na temperatura dos 26 graus, com o espoucar de poucos fogos, falhados,pela cidade, aqui e ali, é pálida lembrança do que já foi. (É subir ao miradouro da memória, para tudo ver, tudo amar, tudo compreender, tudo perdoar. Em dois verbos - esquecer,... para lembrar). Primeiro, veio o calçamento da cidade, e depois o asfalto, que desconsiderou e inibiu as fogueiras. Depois, pelos anos 70, vieram as novelas na TV e os maus costumes ministrados pelas novelas na TV. Por último, deserção de sigificativo contigente católico, de ex-católicos, que já não cultua os santos - Antõnio, João, Pedro e Paulo, Santa Luzia também, que aos olhos protege. O fato é que a arte do povo empobreceu-se, tornou o folclore menos vivo, envolvente. Esquecemos , soberbos e pobres de nós, esquecemos os costumes, as melhores tradições, em troca de quê?...de nada..., e vamos armazenando procedimentos menores , adventícios,vazios, de ocasião. Assim estamos. Poucas fogueiras, as grandes transformadas em luaus, depravados, servidos de bebedeiras tribalísticas, orgias e drogas, que nem cachacice são, a ponto de envergonhar os Santos, que desonrados ameacam descer dos mastros do seu exemplo. Mastros da nossa cava devoção junina. Mas, mas... para lembrar que quando os homens se perdem por si mesmos Deus mais se aproxima...aí está a bela lua cheia. Exata, em véspera de São João! Esplêndida, suave, generosa - em nada sugerindo a ´hóstia de mágoa´ que o poeta viu. Dilúculo. Dilucular Veio majestosa. Radiante. Encantadora. Precisa. Incorruptível, na Noite que é de São João, ainda que noite despojada dos seus encantos mais leves, empobrecida...olvidada, mas viva, ...sinal de que sempre pode voltar e visitar corações e mentes. A vagarosa lua conhece mais dos homens do que o contrário. E deita luz sobre nós. Murmura sobre os telhados, sobre a vida. Pode ser ouvida. Ouçamos-la.
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