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Mensagem: A CHEGANÇA DE ZÉ BENTO Depois de atravessar várias esferas do firmamento, finalmente, pela pureza de sua alma, meu querido Zé Bento, chegou aos pórticos celestiais. Pedroca abriu-lhe a imensa porta de madeira talhada. Zé Bento fixou aquele seu olhar penetrante em suas barbas brancas e foi logo perguntando: - É aqui que a gente tem que ´coisar´? O bom velhinho, perplexo, nada entendeu. Aí Zé Bento voltou: - Diz logo aí, amigo, pois se não for aqui que a gente ´coisa´ eu vou tratar, logo, de me ´descoisar´. Pedroca arregalou os olhos. Pensou com seus botões: esse cara é doido. Mas aqui anda precisando de umas pessoas assim, diferentes. Tá muito formal, burocrático e monótono. Deixou o velho Teixeira de Salles transpor os umbrais, após responder a uma pergunta sobre onde se encontraria uma cervejinha bem gelada. Aí, então, o Luziense apaixonado foi encontrando amigos. O Neves o abraçou, deu uma estrondosa gargalhada ao notar o semblante do santo porteiro, e foi logo dizendo: - Zé Bento, cê demorou chegar, hein? Tá tudo bem lá embaixo? E o Roberto Elísio, continua na cabeceira da mesa, inventando frases espirituosas para arrematar os papos? E o Fausto Mata Machado ainda usa seu famoso ´data vênia´ antes de expor uma ideia? E o Bala Doce continua falando que nem uma égua gorda e velha? E o ´figueiredo´ do Leopoldo Bessone, como vai? Foi então que aproximaram-se o Viotti e o Zé Ramos Filho. Zé Ramos com uma bandeira do Galo, aos gritos, ainda comemorando efusivamente a conquista da Libertadores. Viotti com um pedacinho de papel, dobrado, nas mãos, que entregou a Zé Bento e pediu para que ele só abrisse depois de se acomodar em seus novos aposentos. Mesmo fatigado pela longa e cansativa viagem, o festejado escritor ainda reviu mais alguns amigos e parentes. Finalmente recolheu-se. Tomou um bom banho, barbeou-se, vestiu um pijama azul e deitou-se numa confortável cama. Pegou, na cabeceira, o papelzinho do Viotti, onde leu, escrita, à lápis, a seguinte trovinha: O meu amigo Zé Bento Que acaba de chegar Introduziu no firmamento Um novo verbo: ´coisar´. E foi assim, que esse Zé, de Santa Luzia, que já nascera bento, adormeceu, cansado e feliz, em sua primeira noite de céu, ou melhor, ´coisou´ feliz.
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