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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 6 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Desde o Século XIII que nós ocidentais conhecemos o Estado como o conjunto das instituições que controlam e administram uma Nação. Uma Nação é um Estado politicamente organizado. Em nosso País, a exemplo de outras Nações ditas civilizadas, prevalece a ordem pública através da democracia representativa. Em presença das manifestações populares, que buscam assumir o poder de decisão, somos levados a pensar, como nos adverte o professor espanhol Manuel Castells, um influente pensador contemporâneo, que o “atual modelo de democracia representativa está esgotado.” Em nosso País, adverte ele, “as novas formas de manifestações — auto-convocadas e articuladas através das redes sociais — demandam uma nova forma de participação dos cidadãos nos processos de decisão do Estado. Ele observa que os atos sempre surgem através de uma emoção: a reação indignada diante de algo que parece injusto. A partir daí, os diversos sentimentos individuais unem-se pelas redes e ganham as ruas pela ocupação de espaços públicos urbanos.” O montes-clarense Manoel Hygino, em artigo publicado no “Hoje Em Dia”, na última segunda-feira (19.08.2013) nos adverte que “o mal segue insolúvel”. Em verdade, estamos atravessando um período pré-revolucionário, de consequências imprevisíveis. As manifestações populares, mais do que simples protestos, estão abalando as estruturas do modelo democrático representativo do País. No presente momento as ruas estão esvaziadas, mas os protestos permanecem nas Casas Legislativas e nos Palácios governamentais, como tem sido mostrado pela televisão e pelos jornais. O povo está assumindo o poder, sem lideranças manifestas, e a ausência de lideranças poderá levar o País á anarquia administrativa, ou melhor, à negativa do poder governamental. Marcus Pestana, em artigo publicado no “O Tempo”, da mesma segunda-feira, observa que “os movimentos de junho foram difusos, contraditórios e não possuíam horizonte estratégico claro. Por sua própria natureza, não houve a institucionalização de lideranças que pudessem falar em nome do conjunto.” Observou-se, entretanto, que “as minorias que permaneceram mobilizadas vocalizam forte sentimento antipartidos, contra o Estado e suas instituições.” Durante o Iluminismo, por uma interpretação equivocada das ideias de Jean-Jacques Rousseau sobre a liberdade, nasceu a ideia de um sistema político e social anárquico, segundo o qual o indivíduo deve ser emancipado de qualquer tutela governamental. A História nos revela que a Revolução Francesa nasceu da insatisfação coletiva e propagada do povo contra a Monarquia Absoluta, no reinado de Luiz XVI. O povo assumiu o Poder. Em pouco mais de dez anos o caos se estabeleceu com o Regime do Terror e a normalidade administrativa somente se restabeleceu pela força da espada de Napoleão Bonaparte. Apesar da corrupção institucionalizada, ainda estamos em uma democracia, e para mantê-la, a melhor maneira de externar a nossa desaprovação, a nossa revolta, dever ser nas urnas eleitorais.

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