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Mensagem: JANAÚBA, HOJE José Prates Hoje pesquisando sobre cidades importantes do Norte de Minas, encontramos Janaúba como a segunda mais importante da região. Isto nos fez voltar ao passado que nos trouxe à lembrança momentos felizes, cheios de alegria por que passamos nesse lugar, há muitos anos atrás. São sessenta e cinco anos passados que completarão agora em dezembro próximo, Começávamos a sair da adolescência quando vivemos e participamos ativamente do mais importante momento da historia de Janauba que foi a sessão de instalação do município recém-criado. Reunidos no salão do Clube Social, na pequena Praça da Igreja, os políticos locais: Antonino Catulé, Dr. Maurício Azevedo, Péricles de Oliveira e os comerciantes: Marcolino Evangelista, Moisés Bento Lacerda, Veraldino Conrado da Silva e os deputados José Esteves Rodrigues, federal e Antônio Pimenta, estadual, comigo, um jovem de 22 anos, como secretario, contando, também, com a presença indispensável do Intendente Municipal nomeado pelo Governador para administrar o município até a eleição do primeiro Prefeito, reuniu-se a comissão de instalação do município de Janaúba, desmembrado de Francisco Sá. Desde esse tempo que a Janaúba, hoje cidade de importância no Norte de Minas, está em nossa alma, fazendo-nos lembrar que somos um dos seus fundadores. Aquela Janaúba que vimos nascer com a ponta de trilhos em 1943 é a Janauba de hoje, forte, com vocação de prosperidade, crescendo em todos os sentidos como nos mostra, tudo que ali acontece. A chegada da Universidade Federal foi um dos acontecimentos que muito nos comoveu, nos fazendo lembrar a primeira escolinha que ali foi instalada sob a direção da professora Lourdinha, esposa de ´seu´ Veraldino. Foi numa casa grande, na esquina de um projeto de rua que conduzia ao rio. Era só aquela escolinha abrigando aquela turma de alunos que, talvez, hoje, muitos deles não existam mais. A estrada de ferro fez nascer Janaúba, construindo as primeiras casas na esplanada da estação, mas, o seu desenvolvimento rápido, crescente, está ligado à capacidade empreendedora de seus primeiros habitantes como Antonino Catulé, Américo Soares de Oliveira, Jacinto Mendes, Santos Mendes, Mozart Mendes Martins que vieram com o propósito de trabalhar o desenvolvimento econômico daquelas terras. A localização geográfica do lugar, acrescida pelas vantagens de ´ponta de trilhos´ que ali ficaria por algum tempo, prometia segurança nos investimentos que fossem feitos. Isto contribuiu para a formação do povoado e seu rápido desenvolvimento. A chegada, em 1945, de Moisés Bento Lacerda e Masculino instalando ali suas atividades comerciais, atraiu outros comerciantes como Veraldino Conrado da Silva, sócio da firma Fraga & Silva Ltda, abrindo um escritório para compra e exportação no atacado de algodão e milho e, também a representação dos Bancos com Agencia em Montes Claros, facilitando aos comerciantes locais o pagamento de suas duplicatas. Logo depois, chegava ´seu´ Virgílio, abrindo firma dedicada, também, ao atacado de algodão. Com a emancipação do distrito e conseqüente criação e instalação do município, em pouco viriam as eleições para a prefeitura e Câmara de vereadores, o que fez comerciantes e fazendeiros unirem-se em torno de seus ´líderes´ que, na ocasião, eram: Antonino Catulé de um lado e Dr. Maurício Azevedo do outro. Antonino Catulé, apoiado por fazendeiros da região, criou e instalou o diretorio municipal do Partido Social Democrático (PSD), enquanto o Dr. Maurício de Azevedo, apoiado por alguns comerciantes, instalava o diretório da União Democratica Nacional (UDN). Não era a política do ódio pessoal nem do interesse próprio que estava nascendo ali, mas, a política do desenvolvimento econômico e social de uma cidade que começava a surgir no sertão mineiro, longe dos olhos do governo, que estavam sempre voltados para o sul e sudeste do Estado. Logo, logo, feriu-se o pleito eleitoral com dois candidatos à prefeitura: Pelo PSD: Péricles de Oliveira. Pela UDN: Mauricio Azevedo. Apurada a votação, constatou-se a eleição do Dr. Mauricio de Azevedo, primeiro prefeito municipal do município recém-criado. Ao gorutubano, Janaubense de hoje, podemos afirmar que Janaúba nasceu do empenho e dedicação dos seus primeiros habitantes que vieram de longe e a ela se integraram com vontade de crescer, como, de fato, cresceram juntos com a cidade. Todos, sem exceção, sentiam-se filhos da cidade e supunham-se gorutubanos. Até hoje, tantos anos depois, os fundadores que se encontram com vida, emocionam-se com o que acontece ali, como foi a chegada da Universidade Federal que a todos emocionou. Por isso, nós os pioneiros, devemos reconhecer o empenho do gorutubano no progresso da cidade que, pelo trabalho desenvolvido, chega à posição de segunda mais importante do Norte de Minas, superada, apenas, por Montes Claros. Isto, naturalmente, todos nós, fundadores de Janaúba, esperávamos, levando em conta a privilegiada localização geográfica, o pioneirismo e a capacidade empreendedora de seus filhos, frutos de tantas gerações . Ao longo desses anos, não cessou o trabalho desses filhos, todos eles voltados para o progresso da terra. Esse trabalho constante foi a grande alavanca que levou Janaúba à posição privilegiada em que se encontra hoje, o que nos alegra e nos orgulha.
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