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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 6 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Agosto que sempre se repete

Manoel Hygino

Cada terra com seu fuso, cada roca com seu fuso. O adágio emerge do mais profundo de meu ser, lendo os relatos da 174ª Festa de Agosto e do 35º Festival Folclórico de Montes Claros. Muito passado presente, muitas vidas, muita história, lembranças infindas de uma das mais antigas e tradicionais comemorações do interior das Minas: arte em cada volta, beleza em cada passo, como programado.
O mundo evoluiu. O calendário é outro, as estações do ano - agora tão várias como diria a Folhinha Mariana - estão diferentes, as pessoas não são as mesmas, mas as tradições no maior burgo do Norte mineiro resistem. O que há de mais representativo saiu às ruas no oitavo mês ou se mostrou no Centro Cultural Hermes de Paula: lançamento do livro “O menino que sonhava com as estrelas”, de Amelina Chaves; apresentação de esculturas de Felicidade Patrocínio (que faz um esplêndido trabalho pelas artes e letras); e exposição de Afonso Teixeira.
Além de desfiles de cortejos do mastro de Nossa Senhora do Rosário, e dos reinados dela e de São Benedito, o Império do Divino Espírito Santo e o Encontro Mineiro de Ternos de Congado. Ainda que muito descrevesse, faltaria muitíssimo. Há curiosidade, interesse e carinho por essa época. A cidade, de intensas e múltiplas atividades, vira festa. Há alegria. Catopês, marujos e caboclinhos desfilam.
A meteorologia previa sol com algumas nuvens, mas nada obscurece as expectativas. Os ventos dos redemoinhos típicos de agosto trazem algum incômodo, mas anunciam que os catopês estão chegando.
O jornalista Paulo Narciso conta que, com quase 200 anos, o Reinado de Nossa Senhora do Rosário abriu o segundo dia de festas. O cortejo passou pelas ruas do centro e chegou à Praça Portugal, onde fica a Igreja do Rosário. O sol continuava com “algumas nuvens”.
2013, contudo, trouxe novidade, talvez a mais significativa desses dois séculos. As mulheres, antes fora do corso, foram recebidas, bem recebidas, entre catopês, marujos e caboclinhos. Desfilaram, vestidas a caráter, usando as roupas de cada grupo dançante, perfeitamente integradas. A população vê tudo e aplaude.
Há uma efetiva confraternização e turistas vêem de longe para assistir a um espetáculo de rara e simplória beleza. Das áreas rurais, chegam os apreciadores habituais. É a maior festa do sertão mineiro. Ninguém quer perdê-la. Cores, música, folclore, religiosidade. No ano que vem, tem mais.

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