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Mensagem: Agosto que sempre se repeteManoel HyginoCada terra com seu fuso, cada roca com seu fuso. O adágio emerge do mais profundo de meu ser, lendo os relatos da 174ª Festa de Agosto e do 35º Festival Folclórico de Montes Claros. Muito passado presente, muitas vidas, muita história, lembranças infindas de uma das mais antigas e tradicionais comemorações do interior das Minas: arte em cada volta, beleza em cada passo, como programado.O mundo evoluiu. O calendário é outro, as estações do ano - agora tão várias como diria a Folhinha Mariana - estão diferentes, as pessoas não são as mesmas, mas as tradições no maior burgo do Norte mineiro resistem. O que há de mais representativo saiu às ruas no oitavo mês ou se mostrou no Centro Cultural Hermes de Paula: lançamento do livro “O menino que sonhava com as estrelas”, de Amelina Chaves; apresentação de esculturas de Felicidade Patrocínio (que faz um esplêndido trabalho pelas artes e letras); e exposição de Afonso Teixeira.Além de desfiles de cortejos do mastro de Nossa Senhora do Rosário, e dos reinados dela e de São Benedito, o Império do Divino Espírito Santo e o Encontro Mineiro de Ternos de Congado. Ainda que muito descrevesse, faltaria muitíssimo. Há curiosidade, interesse e carinho por essa época. A cidade, de intensas e múltiplas atividades, vira festa. Há alegria. Catopês, marujos e caboclinhos desfilam.A meteorologia previa sol com algumas nuvens, mas nada obscurece as expectativas. Os ventos dos redemoinhos típicos de agosto trazem algum incômodo, mas anunciam que os catopês estão chegando.O jornalista Paulo Narciso conta que, com quase 200 anos, o Reinado de Nossa Senhora do Rosário abriu o segundo dia de festas. O cortejo passou pelas ruas do centro e chegou à Praça Portugal, onde fica a Igreja do Rosário. O sol continuava com “algumas nuvens”.2013, contudo, trouxe novidade, talvez a mais significativa desses dois séculos. As mulheres, antes fora do corso, foram recebidas, bem recebidas, entre catopês, marujos e caboclinhos. Desfilaram, vestidas a caráter, usando as roupas de cada grupo dançante, perfeitamente integradas. A população vê tudo e aplaude.Há uma efetiva confraternização e turistas vêem de longe para assistir a um espetáculo de rara e simplória beleza. Das áreas rurais, chegam os apreciadores habituais. É a maior festa do sertão mineiro. Ninguém quer perdê-la. Cores, música, folclore, religiosidade. No ano que vem, tem mais.
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