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Mensagem: PASSEIO EM DIAMANTINA Estrella Polar Redacção – Officinas A placa do jornal do arcebispo de Diamantina já passou, invicta, por mais de uma reforma ortográfica. E ninguém providenciou a atualização de sua grafia . A placa parou no tempo, mumificou-se, petrificou-se. Poesia, este deveria ser o outro nome do Arraial do Tijuco. Cena trivial do dia a dia diamantinense: o visitante passa pela porta do jornal e vira à esquerda, na Rua do Contrato; passa pela casa de Chica da Silva e entra na Rua do Jogo da Bola; vira novamente à esquerda e sai na Avenida da Saudade. É possível itinerário mais poético? Diamantina canta e reza nos nomes de suas ruas, largos e becos. A rua atrás da Sé Metropolitana se trifurca: Macau de Cima, Macau do Meio e Macau de Baixo. (Herança dos navegantes lusos que fundaram a colônia de Macau, na China.) Os nomes de suas ruas nos embriagam de tanta beleza: Rua do Rosário, Rua da Glória, Rua das Mercês, Rua do Carmo, Rua do Amparo, cada qual com sua igreja e sua invocação de Nossa Senhora. Seguem Rua da Quitanda, Beco da Tecla, Rua Direita, Rua do Fogo, Beco de Zé de Lota, Beco do Alecrim, Arraial dos Forros, Rua do Peixe Vivo, Rua do Caminho de Carro. Mais o Burgalhau, onde tudo começou com o achado dos primeiros diamantes. Para falar dos encantos da geografia tijucana não é preciso ser nenhum Manuel Bandeira, não! Basta pegar o catálogo telefônico, como fiz, e ir pinçando aqui, ali e acolá, endereços que reluzem como versos lapidados nas joalherias da cidade de JK, dos Matta Machado, dos Felício dos Santos, de Aureliano Lessa, Theodomiro Alves Pereira, Helena Morley, Marina Hygino, Lobo de Mesquita, José Márcio de Aguiar, João Walter Godoy e muita gente de tutano. Para louvar as bênçãos e graças de Diamantina não é preciso ser, necessariamente, menestrel.
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