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Mensagem: A ESCOLA DA VIDAJOSE PRATES As pessoas, na sua maioria, procuram esquecer o passado que lhe causou sofrimento, o que é difícil de conseguir, porque seja lá o que tenha ocorrido, nunca vai lhe sair da memória onde está guardado como arquivo, pronto para voltar à lembrança quando for chamado. Na vida de todo mundo, não deve haver exceção, houve momentos de glórias, de vitórias, de alegrias, que sempre são lembrados com prazer, mas, também houve fracassos dolorosos, momentos de sofrimento que exigiram sacrifícios para serem superados. São momentos que muita gente faz questão de esquecer porque a simples lembrança gera sofrimento. Não sabem, porém, que esses momentos de felicidade ou tormento, de dor ou de alegria, foram aulas ministradas na severa escola da vida, preparando o caminho para o futuro. A vida é a grande escola em que ingressamos quando o mundo nos recebe, oferecendo-nos a sua luz. O choro ao nascer, que alegra a mãe, é o doloroso anuncio da chegada ao campo de luta que se abre sobre nós, sob a luz do mundo cruel. A grande batalha está, portanto, começando com a procura instintiva de alimento, no que é atendido pela grande mestra que se nos oferece, colocando carinhosamente, o peito em nossa boca, para a primeira refeição à luz do mundo. É o descortinar da vida no cenário da existência terrena onde todos, em sã consciência, desejam ser felizes. Não sabem porem, ou não procuram saber o que é necessário para atingir esse objetivo. Começa, então, a grande batalha em busca do indispensável à normalidade da sua existência, um estado durável de plenitude em satisfação e equilíbrio mental que é a felicidade. Para isso, é necessário desprender-se dos desejos da coisa exterior e superficial para se fixar no que nos foi doado por Deus, em nossa formação; concentrar-se no que somos e sentir gratos pelo que nos foi dado gratuitamente; perder a timidez e insegurança. Quantas vezes em razão de nossa timidez e insegurança as nossas palavras, gestos e decisões não refletem os nossos valores; não dizem o que somos, nem a que viemos? É fundamental descobrir em nós o lugar da nossa fraqueza e insegurança; dar valor ao que se tem, em vez de procurar ter o que se deseja, geralmente inatingível. Um desejo é sempre uma falta, carência ou necessidade; um estado negativo que implica um impulso para a sua satisfação, sem medir conseqüências; um vazio com vontade de ser preenchido Afinal, o que conta verdadeiramente não é a enormidade do que se sonha, mas, a qualidade do que se é. A vida é, em si mesma, um permanente fluxo de desejos. Administrar esta torrente é necessário para que a vida tenha sentido. Cada um de nós deve ser senhor de si mesmo com capacidade de ordenar os seus desejos, interesses e valores, sob pena de levarmos uma vida vazia, imoderada e infeliz. Os desejos são inimigos sem valentia ou inteligência, dominam a partir da sua capacidade de nos cegar, nos atrair e levar para o seu abismo(José Prates, 87 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Atualmente, é um dos diretores do Sindicato da Classe)
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