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Mensagem: Bar do Tamiro, do Altamiro. Eis aí um lugar antológico de Montes Claros, nos anos 50/60/70. Ficava na avenida Afonso Pena, esquina da travessa Padre Marcos, santo belga cuja vasta casa foi derrubada recentemente. Ao contrário, minúsculo, 3 metros por 3, se tanto, o Bar de Tamiro supria de pão, de pastéis, biscoitos, balas, pinga, vermutes, de um tudo enfim, a quem morava no centro de Montes Claros. Abria cedo, fechava tarde, às vezes mergulhado no escuro dos apagões de uma Montes Claros doce e pequenina, 30 mil habitantes, que se alegrava ao luar ou sob a luz de uma vela, um lampião que dialogava com as estrelas. Feliz cidade. Foi quando veio o ´progresso´, em nome de quem tantos atrasos e equívocos são patrocinados...O Bar de Tamiro cerrou suas portas, surgiu um prédio de longas escadarias, no lugar descrito por Wanderlino, que dele não se lembra, e por Iara Tribuzzi, que neste espaço comparecem com o brilho de sempre, recordando às novas gerações a bela cidade que tivemos, e que temos em nós. Sobre Tamiro, o dono da vendinha: segue bem, firme, alerta, do alto dos seus 80 anos, ainda solteiro e afável. Vem de família extremamente digna, correta, que mantinha na avenida Afonso Pena uma escola de corte e costura, que minha alma ainda fequenta. Padrão de honradez e de solicitude, palavras velhas hoje talvez despidas do seu significado alto. Amanhã, voltarão fortes, como paradigma a ser novamente cultuado. Quando, por fim, pelas ruas, encontrarem o vendeiro Tamiro, o andar agora certa vez vacilante, mas o olhar dos que se podem contemplar, façam festa. Vai nos seus passos uma cidade imemorial, limpa, respeitosa, decente, catita mesmo, que tem endereços nesta babel que se vai levantando - ´sobre o corpo crucificado da outra´, aduz em sussurro o poeta. Altamiro, Tamiro, não importa. Não risquem este nome das agendas. Nem dos miradouros da memória.
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