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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 6 de novembro de 2024
 

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Mensagem: ´Bar do Tamiro, do Altamiro. Eis aí um lugar antológico de Montes Claros, nos anos 50/60/70. Ficava na avenida Afonso Pena, esquina da travessa Padre Marcos, santo belga cuja vasta casa foi derrubada recentemente. Ao contrário, minúsculo, 3 metros por 3, se tanto, o Bar de Tamiro supria de pão, de pastéis, biscoitos, balas, pinga, vermutes, de um tudo enfim, a quem morava no centro de Montes Claros.´ Para Altamiro As lembranças do leitor Mariano levaram-me de volta aos anos sessenta, quando morava em Montes Claros. Tenho saudades do moço Altamiro _ claro , tranqüilo e reservadissimo, que mantinha sempre aberto seu bar na esquina da Av. Afonso Pena com a Travessa Padre Marcos. Talvez vendesse muitas doses de pinga e de conhaque, mas tinha estoque para as emergências das donas de casa. Vendia um excelente bolo de fubá em fatias, e doces tentadores: cocadas, pés de moleque e doces de leite. Por onde andarão Dona Neinha, aparentada do Padre Janjão, seu marido e os muitos filhos? Defronte a casa de meus pais na Avenida Afonso Pena moravam Neném Barbosa e Dona Geny , sua filha Luisinha se casara em mil novecentos e sessenta. A casa era nova, bonita, recém construída, e as empregadas uniformizadas. Seu Neném, muito amigo de meu pai, ia sempre à nossa casa, na Travessa Padre Marcos, antiga residência de Carmélia Barbosa , ver as crianças e tomar um café, bem ralinho, como gostava. Ricardo, aos três anos e muito falante, comentou: _ Não conheço outro neném velho, só esse. Doutor Mariani morava ao lado da casa de meus pais,na Avenida Afonso Pena, com Dona Lia e o filho José, e adorava conversar na porta da rua. Um pouco adiante moravam Vovó Antonia e o marido José Luiz, padrasto de Mamãe . Espirituoso e voraz leitor de romances.Os filhos Tereza, Maria Luiza, Coró e Chiquito moravam ainda com os pais. A primogênita Silvia já se casara e Zezito estudava medicina no Rio de Janeiro. Em frente a casa deles residia Dona Dezuita , em sua famosa Escola de datilografia, por onde passaram gerações de monteclarenses. A casa dos primos Nuno Lages Filho e Gisélia Henriques era bem próxima e mais adiante ficava a casa dos tios Lelé e José Henrique de Souza Seu Aristides Maia e Dona Naná residiam junto a casa de Doutor Mariani. Numa noite, em hora bem avançada, ela bateu nossa porta. Não havia Estação repetidora de televisão, todos se recolhiam cedo mas eu ficava até tarde corrigindo os exercícios dos alunos do Grupo Escolar. Pois dona Naná entrou dizendo: _ Vim conversar um pouco com você. Aristides chegou em casa às seis horas da tarde, vestiu o pijama e sentou-se na varanda. Tentei puxar assunto, várias vezes, ele sempre calado e as horas passando. Então lhe disse: _ Oh! Aristides, o assunto esta ótimo, a prosa muito boa mas eu vou ali conversar um pouco com Iara. Seu Aristides, sempre tranqüilo, não ficou agravado e a filha Cida e eu achamos muita graça da estória. Outra noite, também em hora tardia, Márcia Graça Andrade, filha de Dona Ruth e seu Armênio me chamou, aflita: _ A casa de Vovó Dona esta pegando fogo. O incêndio consumiu quase tudo, embora as pessoas tentassem ajudar. Não havia Corpo de Bombeiros. Não pude sair de casa,deixando as crianças, nem sei como o fogo começou. Lamentei que se perdessem tantos objetos bonitos de Dona Maria , Feli e Carmem Lúcia, que permaneciam calmas, apesar das perdas. Num fim de tarde de fevereiro de mil novecentos e sessenta e cinco embarcamos numa cabine dupla do trem de luxo da Estrada de Ferro Central do Brasil. Meus filhos, Ricardo, de três anos, Flávio, de dois e Lúcia Maria ainda bebê de dois meses, além de duas ajudantes. Meus pais e irmãos tinham ido a um casamento em Taiobeiras, e Hernani já trabalhava no Rio de Janeiro. Estávamos de mudança. Então, seu Lindolpho Laugthon, um amigo precioso, encarregou o filho Ricardo de nos acompanhar até a Estação de Montes Claros e acomodar tal “troupe” com sua enorme bagagem. Não havia fraldas descartaveis, iorgute em copinhos e nem barrinhas de cereais. Levávamos grande matula e muitas mamadeiras, apesar do vagão restaurante oferecer um bom jantar, fresquinho, com um inesquecível ovo frito,que meus filhos chamavam de ovo deitado . Assim resgato minhas lembranças dos bons tempos montesclararenses e dos amigos cavalheiros – Altamiro - um lord inglês calmo e imperturbável – e do Seu Lindolpho Laugthon, atento às dificuldades de uma mãe com tres crianças pequeninas. Iara Tribuzzi Outono de 2010

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