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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 6 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Quando o ensino era primário Alberto Sena Recordo-me de quando fui ao Grupo Escolar Gonçalves Chaves, na Praça Dr. João Alves, em Montes Claros, a primeira vez, levado por minha irmã, Lúcia, para fazer um teste a fim de me matricular no 1º ano primário. Do teste me recordo de quase nada, a não ser de uma gravura apresentada por dona Maria Celestina de Almeida, então vice-diretora do grupo. A gravura era de uma casa com uma escada de madeira que ia do chão até o telhado, encima do qual estava um porquinho. Do lado da casa tinha uma árvore. A questão posta era explicar como o danado do porco havia subido no telhado. Diante de tamanha evidência, para meu espanto, acabei aprovado e fui direcionado para a sala da professora dona Bernadete Costa, mãe do jornalista Robson Costa. O Grupo Gonçalves Chaves foi importante na vida de gerações de montesclarinos. Recordo-me, logo depois de iniciado o ano letivo, dona Marucas Avelar passou a direção para dona Maria Celestina, irmã de Cipriano, casado com minha tia Ambrosina, irmã da minha mãe, Elvira. Dona Bernadete era professora rigorosa. Pequena de estatura, voz fina, compatível com ela, ensinou-nos a ler, a escrever e a fazer contas. Sem dúvida, deu-nos o empurrão inicial para desasnar nossas cabeças. A nossa sala de aula era a primeira do prédio do lado direito. A porta de entrada ficava de frente para o pátio. Para ter acesso ao pátio era preciso descer uma escada que ficava em frente aos banheiros masculino e feminino. Ir para o recreio era um bom momento porque descíamos ao pátio e ensaiávamos brincadeiras e até chutávamos uma bola de meia. Guardo comigo uma foto de quando a turma já estava no terceiro ano primário. Nessa época, a professora era dona Alba Alkimim, mãe de Vânia e Vilma, também professoras. Mãe e filhas estão, juntamente a outras professoras, numa foto do acervo fotográfico de dona Dorzinha, que há 15 dias acabou de concluir sua missão terrena e partiu na paz de Deus. Na foto da nossa turma estão: Roberto Avelar, filho de dona Marucas; Marcos Tolentino, Petronilho Narciso, Jorge, Marilú, Nelma, Fátima, Dolores, Luís Carlos, José Carlos, Teófilo, Eustáquio, Milton, Cleonice, Neusa, Sebastião, Délcio Costa e outros colegas cujos nomes não me vêm à memória no momento. Toda segunda-feira, antes do início das aulas, as turmas eram formadas à frente das escadarias de entrada. A Bandeira do Brasil era hasteada. Cantávamos o Hino Nacional. Alguns alunos eram destacados para recitar poesias de Olavo Bilac, Cecília Meireles entre outros. Em seguida, disciplinadamente, todos rumavam para as salas de aula. Nessa época, havia respeito às professoras. As aulas eram na parte da manhã. Dentro da sala de aula se podia ouvir o zumbido de mosquitos, ninguém se atrevia a falar quando era pedido silêncio. Os mais “preguiçosos” levavam puxões de orelhas. Ou ficavam de castigo em pé do lado do quadro negro, de costas para os colegas. Constrangedor, mas era assim, para não dizer nada sobre os pais que autorizavam as professoras a baterem nos filhos se precisassem. Só não será revelado o nome de quem mais apanhava em sala de aula para não constranger o ex-colega, mas o apelido dele era “Cabeça de Abóbora”, dado pela própria professora. Se as professoras daquela época eram bem pagas, não há informação, mas que eram dedicadas, enérgicas e ensinavam bem aos alunos, podemos garantir sem medo de errar. Do lado direito do terreno do grupo havia um cruzeiro enorme, de madeira. Pelo menos para as crianças o cruzeiro parecia grande. Diziam ter sido encontrado enterrado no terreno quando da construção do prédio. Mais de meio século depois, o prédio não deve ter sofrido muita mudança. Mas como me disse outro dia o ex-colega Carlos Meira, o cruzeiro já não está mais no terreno do grupo. Do outro lado, na parte que dá para a Rua São Francisco, havia uma área de terra, e ao fundo, algumas bananeiras. Já naquela época as meninas faziam a simpatia de enfiar uma faca na bananeira no dia de santo Antônio, para aparecer o nome do namoradinho gravado na lâmina. Muita gente considerada importante estudou no Grupo Gonçalves Chaves. Na impossibilidade de citar o nome de todos, vai o de um só, Darcy Ribeiro, que elevou e levou o nome de Montes Claros, de Minas e do Brasil ao mundo inteiro.

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