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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 28 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: DE ARRAIAL DAS FORMIGAS AOS MONTES CLAROS

José Prates

Montes Claros modernizou-se e tudo mudou em sua vida, sem deixar, porem, o jeito gostoso do sertão. A população que aumenta a passos largos com a chegada de mais e mais gente a cada dia, atraída pelo progresso, exige moradias, mas, ao que se nos afigura, a cidade não tem como atender de imediato. Ao que nos parece, não há espaço para um crescimento horizontal que é bem aceito nessas bandas. O crescimento vertical que, agora, está havendo não é bem aceito porque muda a fisionomia da cidade. Hoje, as suntuosas torres da Catedral, antigo cartão de visitas da cidade, que eram vistas de longe ao ingressarmos na cidade, agora, coitadas, desapareceram engolidas pelos arranha-céus. Antes desse rebuliço de crescimento populacional, a cidade já era grande, com casas baixas e espaçosas, fachadas enfeitadas, bonitas segundo a arquitetura da época. Uma casa ocupava quase meio quarteirão. Ninguém falava em arranha-céus que era coisa de Capital. No máximo, quatro andares que já era muita altura. Isto tomou muito espaço que hoje faz falta e começa a desagradável necessidade da demolição desses palacetes para conseguir terreno para a construção de edifícios que a cidade atual está pedindo, mas, muita gente saudosista ou conservadora não concorda como vemos no que é publicado aqui. Um exemplo disto é a significativa mensagem 76388 de Olimpo, data de 1/11, nos informando que “ Mais uma casa significativa para a história de Montes Claros deixou de existir. Hoje, foi ao chão, derrubada e reduzida a escombros, a bela e original moradia da família Pimenta, sobrinhos do primeiro bispo de Montes Claros, dom João Antônio Pimenta. Família originária de Capelinha, cidade além da histórica Diamantina. Lá na casa hoje finada, morou, entre outros, o padre Paulo Emílio Pimenta, capelão do Colégio Imaculada. Ficava na rua de Dom Pedro II, entre Dr. Veloso e Camilo Prates” Não era um prédio histórico nem, por qualquer motivo, tombado pelo patrimônio, mas, houve reação popular quando foi demolido porque fazia parte do embelezamento da rua.
Montes Claros nasceu com vocação progressista e de liderança. Ainda arraial das Formigas no distante ano de 1768 já liderava a região, talvez, pelas intenções da Expedição Espinosa - Navarro, composta por 12 homens determinados, espanhóis e portugueses, que foi a primeira a pisar as vastas terras da Região do Norte de Minas com intenções de progresso e essa intenção contaminou a região que aceitou sua condução ao desenvolvimento progressista, cujo resultado vemos em Montes Claros. O longo caminho do progresso começou mesmo na “picada” aberta no mato inculto que nunca tinha sido pisado por gente civilizada. A “picada” virou estrada e a estrada foi longe buscar a civilização. Não passou muito tempo, não. Em 1831, sessenta anos depois, o longo caminho do progresso foi percorrido e o arraial chegou à Vila de Montes Claros, sem querer parar porque a ânsia do desenvolvimento estava presente fazendo o progresso andar pra frente. O montesclarense já era homem feito e trazia a herança de progressista. A vontade de crescer, de progredir que até hoje existe, é de nascença. E, por isso, foi de Vila a Cidade em 26 anos e não parou de crescer porque a vocação continua. Está ai até hoje. Basta ver em que se transformou o Arraial das Formigas de que se orgulha o montesclarino

(José Prates, 87 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Atualmente, é um dos diretores do Sindicato da Classe)

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