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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Lendo a mensagem N. 76485 do Alberto Sena Batista me senti provocado para falar novamente sobre um assunto ainda sem solução que desde 2011 venho falando e observando. Nós sertanejos amamos tudo que o cerrado produz. A morte anunciada do Pequizeiro. - O fruto. Em algumas regiões muitos lhe chamam de pequiá, os biólogos de Caryocar brasiliense; Caryocaraceae. ´Pequi” que na linguagem indígena significa “casca espinhosa”. Há muito tempo venho observando que vários pequizeiros vêm morrendo, e outros em fase terminal. Como sou apenas um técnico em meio ambiente, mas preocupado com a situação, procurei alguns biólogos amigos e narrei à situação - uns especialistas em pragas - outros em doenças do pequizeiro, para minha surpresa, todos ficaram preocupados com as doenças e pragas que estão alastrando pelo o cerrado e atacando esta árvore que é a figura mais emblemática do cerrado brasileiro. Sei que o pequizeiro é arvore protegida por lei - mas, sua exploração extrativa (sem controle) é muito voraz. Quero dizer, que, ao percorrer pelos lugares onde os pequizeiros estão doentes, não vi nenhum pequizeiro novo e o pior não há uma plântula nas imediações. Significa que estão carregando todos os frutos dentro ou fora de época, não deixando sementes para novas árvores. Na medida em que os pequizeiros velhos vão morrendo de doenças outros com menores idade vão sendo exterminados pelas pragas, em pouco tempo o norte de minas não terá mais esta fonte de renda de inúmeras famílias. – Será necessário um programa no controle do extrativismo do fruto, pois a germinação ao natural é baixa e lenta, talvez não chegue a 40% das sementes. As universidades por meio de seus pesquisadores têm muitas mudas para suprir esta deficiência de plântulas, mas não encontram áreas para o plantio, ninguém quer ceder a terra para plantar o pequi, pelo contrário, querem é derrubar para a produção do carvão, madeira para construção civil e até obras de arte. Do jeito que vai - em pouco tempo não teremos o arroz com pequi, o óleo, o licor e os doces, além disso, o pequi é medicinal, contém cálcio e ferro, cura gripe, e dizem que melhora a secreção da bílis - melhor de tudo – muitos afirmam que é afrodisíaco. Um santo remédio! Se não houver um estudo profundo sobre o pequizeiro, do jeito que vai, ficaremos sem o pequi em pouco tempo. Até agora não há solução para as pragas e as doenças que alastram pelo norte de minas. Vai precisar de mais incentivo às pesquisas cientificas. Em suma. Os pequizeiros estão morrendo. * José Ponciano Neto é Técnico em meio ambiente e faz parte de um Grupo de Trabalho que monitora os recursos hídricos nos Biomas caatinga e cerrado no Norte de Minas.

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