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Mensagem: Foi pelo meio da tarde de hoje - há exatíssimos 50 anos, que o Repórter Esso, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, despejou a notícia: um franco atirador matou o presidente dos Estados Unidos, em Dallas, no Texas. Todos correram para o pé do rádio e o susto daqueles dias, na cidade de 40/50 mil habitantes, não foi menor do que em qualquer outra parte do planeta, pequena ou grande. Para uns, era o início da temida terceira grande guerra mundial, meses depois do bloqueio naval a Cuba, dramático suspense que quase levou o planeta aos ares. Muitos dos que aí têm 60 anos ou mais podem contar como a pacata Montes Claros, doce cidade, recebeu a notícia. Como cada uma a recebeu, na sua vida, cotidiana e privada. Por dois dias, a chiadeira das transmissões da Rádio Nacional trouxe o desdobrar contínuo dos acontecimentos e importou, muito ao longe, o repiquete das canhoneiras ouvidas quando o corpo do homem mais poderoso do mundo descia à terra, no Cemitério Nacional de Arlington, que dista uma ponte da Casa Branca, menos ainda do famoso prédio dos acontecimentos de Watergate; ali, além do rio Potomac, onde o presidente Kennedy era frequentemente visto no iate presidencial, subindo e descendo o rio. Que por sua vez, em importância histórica, perde apenas para o Delaware, vizinho, palco final da Guerra Civil dos Estados Unidos, entre confederados e defensores da União. Mas, falemos de Montes Claros. Seria bom que alguns viessem aqui contar como era a cidade, os seus/nossos costumes, quando a notícia da morte do presidente desabou geral. Fale, falem da sua aldeia, e estaremos falando do mundo, ensinou Tolstoi, o conde russo que atingiu o topo da literatura moderna. Saudades infinitas daquela Montes Claros correta, sem riscos, que - como deve ser - colhia esperanças a cada alvorada, e não corpos de execução, como lemos, entre outras absurdas coisas. Relembremos, conforme ensinou G. Rosa, ao convocar - ´convosco recomponho, revenho ver´. Recomponhamos.
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