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Mensagem: A morte espreita nas estradas Manoel Hygino Evidentemente, não se suporia que a simples vinda de médicos estrangeiros para cá, como consta de programa oficial, resolveria o problema da doença no Brasil. Porque, como se disse, a nossa questão não é de saúde, mas de sua falta, isto é, de doença.Aliás, o recrutamento desses profissionais lá fora demonstrou inequivocadamente como falta planejamento neste país, grande mas bobo, como diz o acadêmico Eduardo de Almeida Reis. Além de bobo, pretensioso. Se fosse de outro modo, talvez estivéssemos com menos problemas e mais felizes.Soube-se, há poucos dias, do terrível acidente de ônibus de Rubelita, transportando pacientes com câncer e para tratamento de insuficiência renal do vale do Jequitinhonha para Montes Claros, onde há serviço de hemodiálise. Resultado, 14 mortos e 11 feridos.Temos milhares de municípios, no país, com numerosos distritos, vilas, povoados. As dimensões do território são enormes e só Minas Gerais é maior do que a França. Os deslocamentos são difíceis e o sistema rodoviário inseguro. O atendimento médico é precário e, se nas grandes cidades, é o caos a que se assiste por televisão, imagine-se o que acontece nas regiões distantes. Morre-se, assim, por falta de assistência ou em sua busca, como no lamentável caso do final de novembro, na BR-251.O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o sempre referido Dnit, sabe do problema da estrada. Há inúmeras carretas circulando por ali, e uma delas foi envolvida do trágico desastre. O trecho até Montes Claros, a cidade mais importante do Norte mineiro, não é duplicado, e no mesmo trecho já houve dois acidentes neste mês.O Departamento explica que o projeto de engenharia para melhorias na BR se acha em fase final de aprovação, devendo a intervenção ser dividida em dois lotes. O custo previsto é de R$ 800 milhões, com prazo para término de 36 meses. Somente nos próximos três anos, isto é, após a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016, que exigiram valores fabulosos dos cofres públicos, a obra estará concluída.Confira-se: A propósito, os hospitais mais requisitados daquela extensa região passam por dificuldades, como o Aroldo Tourinho, o da Fundação Hospitalar de Montes Claros, o Gilson Godinho e o Hospital Universitário, sem repasses do poder público municipal para realização de atendimentos pelo SUS. Nem falo da Santa Casa de Misericórdia, tradicional referência na assistência ao atendimento do Norte de Minas. A situação chega a ser dramática, segundo a direção dos estabelecimentos. Que temem não poder pagar sequer o 13º salário, que é apenas uma conta no rosário de necessidades e demandas.
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