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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: MONTES CLAROS NA MEMÓRIA

JOSE PRATES

Quando abrimos o montesclarosnotícias aqui na internet e nos colocamos a par do noticiário local, sentimos que não é a Montes Claros que temos na mente, na alma, no coração. Tudo mudou inclusive a disposição dos bairros. Onde era longe, ficou perto; onde era subúrbio virou centro. A cidade cresceu, estendeu-se pra um lado e pra outro; cresceu pra cima com arranha-céus, mas, a gente que nasceu e cresceu ali, é a mesma, sem tirar nem por. O pequi – agora é tempo - vai continuar na mesa e a farinha, também; feijão preto, só de vez em quando, na feijoada com fucim e orelha de porco. A cidade cresceu naturalmente porque o comercio cresceu e a industria chegou trazendo gente de fora, mas, o montesclarense natural não mudou. Outro dia, telefonei e a voz trazida ao fone, que me chegava ao ouvido, mostrava-me a nossa Montes Claros de povo alegre, falando devagar, num sotaque misto de baiano e mineiro. Somos na alma os mesmos montesclarenses de ontem, vivendo a Montes Claros que não morreu nem se modificou em nós. A Montes Claros de hoje, grande, modernizada, com arranha céus, resultado do desenvolvimento econômico que chegou, é vivida pelos jovens que alavancam o progresso. Nós, os velhos montesclarenses de cabelos brancos, não nos afastamos da Montes Claros de ontem que continua em nossa mente com toda sua beleza e seu jeito sertanejo. É a cidade do Dr Plinio Ribeiro, do Dr Mario Ribeiro, de Simeão, de Lafetá com suas lojas, de Leonel e sua boneca gigante percorrendo as ruas. Aquela cidade encantadora, menina moça, namoradinha do sertão, ainda está em nós, sem tirar nem por.
Não queremos dizer que somos diferentes da gente de hoje, nascida outro dia mesmo, que não sabe e talvez não faça questão de saber quem foi esse ou aquele que deu nome a este ou aquele logradouro, nem, tampouco, fazem questão de lembrar a Montes Claros jovem, de casas baixas, sem arranha-céus. Essa gente jovem nasceu e vive na Montes Claros de hoje e até estranham quando falamos no ontem. São montesclarenses que nos sucederam na nissão de fazer a cidade progredir e cumpriram a missão, muito bem, aliás. As imponentes torres da Catedral eram vistas de longe, anunciando aos viajantes a chegada à cidade Hoje, procuramos a catedral, numa foto da vista parcial da cidade e a encontramos escondida, encoberta pelos edifícios.. Fazer o que? Agradecer a Deus pelo grande progresso cultural e econômico que chegou à cidade.

(José Prates, 87 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Atualmente, é um dos diretores do Sindicato da Classe)

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