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Mensagem: Lembrai-vos dos idos de março Manoel Hygino Todos sabemos, e quem não o souber bastaria recorrer aos dicionários. Os idos eram os dias 13 de março, de maio, de junho e de outubro, segundo o calendário romano, e os 15 dos demais meses. A data ficou gravada, histórica e definitivamente, pelo episódio de que foi protagonista e vítima Júlio César. Ia o grande líder a caminho do Senado no ápice de sua glória, quando foi interrompido no percurso por um adivinho, na via pública, que o advertiu: “– Cuidado, César, com os idos de março!”. O imperador não deu maior atenção, mesmo quando o alerta foi repetido: “– César, cuidado com os idos de março!”. Registrou-se a tragédia. No Senado, Júlio César foi assassinado, sobressaindo no atentado o próprio estimado filho adotivo, a quem o soberano, surpreso, se dirigiu, sangrando sob túnica: “– Tu quoque Brutus, fili mihi?”. A admoestação parece válida diante do temor que efervesce o país neste 2014, que não é apenas o de centenário do início da 1ª Grande Guerra ou do golpe de Estado de 1964 no Brasil; sequer o sexagésimo aniversário do suicídio de Vargas, no Catete, naquela manhã indelevelmente gravada na história e na memória do povo. Em verdade, a despeito dos altos índices de popularidade da mandatária maior da nação, não se sente felicidade efetiva, confiança no futuro e esperança de dias melhores. As circunstâncias sequer o permitem. Fatores múltiplos e adversos acendem o estopim de expectativa de dias sombrios, cujas manifestações de junho último apenas constituíram uma espécie de alerta. Os altos índices de criminalidade; o banditismo desenfreado; os sucessivos assaltos ao patrimônio público e particular; o crescimento de explosões de caixas eletrônicos em bancos das grandes cidades ou nos mais pacatos e distantes municípios; as rebeliões em presídios e cadeias – de que o caso do Maranhão é apenas uma ponta e sintoma –; a rebelião de grupos indígenas contra os “civilizados”; a interrupção da circulação de veículos nas rodovias e nas ruas, tudo parece prenunciar tempos difíceis, e praza aos céus que assim não aconteça. Nem se fale no descrédito a que chegaram os partidos e os políticos. A todo esse panorama acresce a formação de grupos de adolescentes, mobilizados pelas redes sociais, para reuniões cujo objetivo sequer esses jovens conhecem, de maneira clara e insofismável. Os rolezinhos são uma caixa com surpresas ainda inimagináveis. A autoridade não identifica, em sã consciência, modos e instrumentos para agir nesses casos e circunstâncias, porque a experiência é nova e desconhecida.
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