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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 15 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A VOCAÇÃO DE MONTES CLAROS José Prates Todos os dias, como se fosse uma obrigação, posso dizer assim, abrimos na internet, este epaço que nos traz as noticias de Montes Claros e, também, as reclamações do seu povo. Prestando bem atenção, lendo com interesse, nos é dado observar que Montes Claros não é mais aquela cidade do nosso tempo. Não, não é. Modernizou-se e tudo mudou em sua vida, sem deixar, porem, o jeito sertanejo, inocente, gostoso e romântico. Uma coisa que nos chama a atenção é a população que de tempos para cá, aumenta a passos largos com a chegada de mais e mais gente a cada dia, que vem não sabemos de onde, atraída pelo progresso, exigindo mais e mais moradias que a cidade não tem como atender de imediato, porque falta espaço disponível para mais construções. Pelo menos, isto é o que nos parece. Não deve haver disponibilidade de terreno para um crescimento horizontal que é bem aceito nessas bandas. O crescimento vertical que, agora, está começando, para atender ao aumento populacional, não é bem aceito porque não há o costume com altos edifícios que mudam a fisionomia da cidade e muita gente não aceita isso. . Hoje, as suntuosas torres da Catedral, antigo cartão de visitas da cidade, que eram vistas de longe ao chegarmos à cidade, agora, coitadas, desapareceram engolidas pelos arranha-céus que mesmo contra a vontade de um bom pedaço da população, já começa a ocupar espaço. .Dizem que é o progresso, um inimigo da poesia expressa nas casas baixas, caiadas de branco, com janelas abertas onde as mulheres se punham para apreciar o movimento e prosear com a vizinha. Hoje, isso não existe mais, eu acho. O progresso não permitiu que continuasse. . . Antes desse rebuliço de crescimento populacional, a cidade já era grande, mas, com casas baixas e espaçosas, salas assoalhadas e fachadas enfeitadas. Bonitas, segundo o gosto da época. Uma casa dessas ocupava quase meio quarteirão. Ninguém falava em arranha-céus que era coisa de Capital, lugar sem terrenos pra construção. Aqui, não. No máximo quatro andares que já era muita altura. Isto tomou muito espaço que hoje faz falta e começa a desagradável necessidade da demolição desses palacetes, para conseguir terreno para a construção de edifícios que a cidade atual está pedindo, mas, muita gente saudosista ou conservadora não concorda como vemos no que é publicado aqui. Quando uma velha casa, na arquitetura antiga, é demolida para ceder espaço a uma nova construção, todo mundo lamenta. “É mais uma casa significativa para a história de Montes Claros que deixa de existir”, dizem os conservadores. Eu me lembro, faz pouco tempo, o rebuliço quando foi demolida, reduzida a escombros, a bela e original moradia da família Pimenta, sobrinhos do primeiro bispo de Montes Claros, dom João Antônio Pimenta. Família originária de Capelinha, cidade além da histórica Diamantina. Lá na casa hoje finada, morou, entre outros, o padre Paulo Emílio Pimenta, capelão do Colégio Imaculada. Ficava na rua Dom Pedro II, entre Dr. Veloso e Camilo Prates” Não era um prédio histórico nem, por qualquer motivo, tombado pelo patrimônio, mas, houve reação popular quando foi demolido porque fazia parte do embelezamento da rua. Eu já disse muitas vezes que Montes Claros nasceu com vocação progressista e de liderança. Ainda arraial das Formigas no distante ano de 1768 já liderava a região, talvez, pelas bom desempenho da Expedição Espinosa - Navarro, composta por 12 homens determinados, espanhóis e portugueses, que foi a primeira a pisar as vastas terras da Região do Norte de Minas com intenções de progresso e essa intenção contaminou a região que aceitou sua condução ao desenvolvimento progressista, cujo resultado vemos hoje na Montes Claros atual. O longo caminho do progresso começou mesmo na “picada” aberta no mato inculto que nunca tinha sido pisado por gente civilizada. A “picada” virou caminho, o caminho virou estrada e a estrada foi longe buscar o progresso. Não passou muito tempo, não. Em 1831, sessenta anos depois, o longo caminho para o progresso foi percorrido e o arraial cresceu e se transformou na Vila de Montes Claros, sem querer parar porque a ânsia do desenvolvimento estava presente fazendo o progresso andar pra frente. O montesclarense já era homem feito e trazia a herança de progressista. A vontade de crescer, de progredir que até hoje existe, é de nascença. E, por isso, foi de Vila a Cidade em 26 anos e não parou por ai, porque a vocação continua. Por isso, a bela cidade com jeito de metrópole que hoje abriga uma população de quase um milhão de pessoas, cresceu pelo trabalho abnegado de seus filhos com a ajuda desse povo que veio de fora e se tornou montesclarino pelo amor à terra que lhe recebeu e abrigou. Hoje, se alguém lhes pergunta de onde são, respondem com alegria: somos de monsclaros!.

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