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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A sedução do mal Isaías Caldeira Após jejuar por 40 dias no deserto, Jesus foi tentado pelo Diabo com a oferta das riquezas da terra, honra e glória, se lhe prestasse vassalagem e fidelidade. Como é de conhecimento dos Cristãos, o Messias renegou-lhe culto e submissão, mantendo-se fiel ao Pai, não obstante já soubesse o suplício que o aguardava como Deus encarnado, senhor do tempo e ciente de seu calvário de cruz. Ele sabia que a verdadeira riqueza estava no plano espiritual, e que os bens deste mundo tinham valor efêmero, submetidos todos eles as inflexões do tempo e espaço ,até a libertação das peias da existência material e do desejo que nos une ao que o acaso nos emprestou na vida, às coisas que conquistamos, que temos como nossas propriedades e que nos impulsionam cotidianamente: os bens materiais, nossos afetos, amores e certezas. Quando Jesus recusa os bens materiais ofertados, sinaliza a supremacia da alma, perene elo com a eternidade,atributo Divino, em contraposição ao que é perecível, ao momento que nos consome fisicamente e cujo somatório ao final resulta no que fomos, do que de nós permanecerá na memória da posteridade, nessa intricada construção social que nos torna a todos necessários, alinhavando e dando colorido ao multiforme tapete da vida. Nem só de pão viverá o homem , sentencia a mensagem salvídica, alertando para as coisas espirituais. Afinal, nem pão nem circo impediram as ruínas de impérios, como registra a história. Esquecidos disso, governantes teimam em repetir os mesmos métodos, tentados pelo aplauso fácil e manutenção do poder temporal, ignorando que o desejo humano tem o céu por limite, que aquele pouco recebido com alegria e agradecimento hoje, amanhã estará incorporado ao patrimônio do beneficiado como um direito seu e obrigação do Estado. O que era para acudir a fome, já não serve mais, afinal quem recebe o almoço passa a querer também janta e sobremesa, e assim sucessivamente. Esgotados os recursos públicos e a capacidade de atender as novas demandas populares, caminha-se para a sedição, para as revoluções que destroem impérios, levando ao cadafalso ou prisão governantes pouco antes endeusados. A história sempre se repetindo. No Brasil atual, criou-se uma nova forma de aposentadoria precoce, através dos programas assistenciais, pois quem é inserido nas tais bolsas, ali permanece, sem previsão de mudanças, no gozo pleno do ócio , sob sustento dos impostos dos que trabalham e recolhem aos cofres públicos, para o proselitismo caridoso de mandatários ocasionais. Por migalhas, compraram o sentimento de nacionalidade, perdendo-se uma das nossas melhores características, a cordialidade, como demonstram a violência e desrespeito para com pessoas e patrimônios, na fúria devastadora de baderneiros que integram movimentos ditos sociais e que infernizam as cidades e campos. Nada respeitam e ninguém os pune. Chantageiam o governo publicamente, até serem recebidos e atendidas suas demandas. O custo das benesses é bancado pela outra parcela da população, a que trabalha e sustenta o país. Nas periferias das cidades, mulheres jovens e obesas sentam-se às portas de suas casas, vendo o tempo passar, enquanto cuidam da multiplicação da espécie, afinal um Brasil carinhoso incentiva a parição irresponsável. Na zona rural, cada parto é contemplado com quase três mil reais, além de parcelas sucessivas de quase duzentos reais. Trabalhar virou coisa do passado escravagista. Deus em breve será julgado por conselhos populares e condenado, certamente, pois é dele a lei que impôs ao homem a obrigação de comer o pão com o suor do seu rosto, o que é, nestes tempos de perplexidades, a legitimação da exploração capitalista. Neste deserto moral e ético, que avança sobre o Brasil, o Demônio busca estabelecer o seu reinado. Aos brasileiros cabe resistirem ao mal.

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