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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: “Deus ajuda, mas amarre o seu camelo” Alberto Sena Toda vez ao trafegar pela BR 251, saindo de Grão Mogol para Montes Claros, e vice versa, a primeira providência deve ser entregar-se à Divina Providência. Há um ditado importado da região do Oriente-Médio que diz: “Deus ajuda, mas amarre o seu camelo”. É necessário ter ao volante alguém experimentado, porque o trânsito de veículos chega às raias do absurdo e as ultrapassagens também. Em outras palavras, o referido ditado significa que cada um deve cuidar de fazer a sua parte para tornar o trânsito solidário, dentro dos padrões da melhor educação e civilidade. O mínimo que se deve fazer é respeitar a sinalização. Cuidar bem da direção e dirigir também para os outros. Se não dá pra ultrapassar, não tente, não corra o risco de uma colisão frontal. Na 251 o mais comum é o tráfego nos acostamentos. O asfalto é mais inteiriço, livre dos eventuais buracos. Até que, atualmente, a situação da rodovia não é tão ruim, pelo menos a partir do entroncamento de Grão Mogol até Montes Claros. A maioria dos buracos foi fechada na famigerada operação “tapa buraco”, em verdade um paliativo até que venham as próximas chuvas. Deus não deixa de ajudar a quem a Ele recorre, mas o governo federal, que deveria fazer a parte dele, duplicando a rodovia para dar mais segurança e fazer o tráfego fluir melhor, ainda não tomou uma atitude. A cada acidente que possa acontecer na rodovia, nenhum será por culpa de Deus e sim da falta de providência humana, uma atitude política. É de se especular o que impede a duplicação dessa rodovia. Será porque ainda não atingiu certo limite de acidentes fatais, tamanha é a insegurança? Ou será que é preciso atingir determinado número de capotagens com vítimas para justificar os gastos com a duplicação da BR? Ora, com efeito, a rodovia cumpre uma função importante. Lá adiante se encontra com a Rio-Bahia, outra estrada federal perigosíssima. É por essa via que irradiam o desenvolvimento econômico e o chamado progresso. A quantidade de carreta – veículos longos – transportando carros recém-saídos da fábrica é enorme. Cegonheiras saem de Minas com carros Fiat e outras entram no Estado, vindo da Bahia, com veículos Ford. Uma rodovia com essa importância traz todo tipo de gente com usos e costumes diferentes do ritmo de vida em cidades por ela cortadas. Caso de Montes Claros, que nas últimas décadas vive índice de violência comparável ao das metrópoles, efeito colateral do desenvolvimento e do progresso que a torna na prática capital do Norte de Minas. Numa rápida visita, em questão de nove horas, deslocando dentro da cidade em várias direções, qualquer pessoa ajuizada vai compreender, Montes Claros segue a passos largos na direção da inviabilidade causada pelo tráfego intenso de carros. Com as facilidades dadas pelo governo federal para elevar o PIB, mantendo a redução do IPI, as cidades brasileiras irão regurgitar carros. Ninguém é contrário à posse de carro por parte de quem queira ter o seu. O problema é que as cidades não possuem infraestrutura capaz de suportar essa quantidade de carros em circulação. Não nasceram para isso e nenhuma obra viária é realizada para minorar os problemas de trânsito. Em seus 157 anos comemorados quinta-feira, 3 de julho, Montes Claros vista por meio de cartões postais é verdadeiramente linda. Fotos da Catedral de Nossa Senhora Aparecida são espetaculares e nos deixam orgulhosos. A cidade pontualmente retratada é linda, mas no seu conjunto está sendo conduzida a uma fatídica situação: todos parados dentro dos seus carros perdendo horas preciosas em congestionamentos. E quem diria que um dia isso iria acontecer com a cidade nascida de uma fazenda de Antônio Gonçalves Figueira, integrante da Bandeira de Fernão Dias Paes Leme. Quem diria? Essa cidade de ruas estreitas feitas para o trânsito de cavalos, carroças e charretes iria um dia sofrer congestionamentos de veículos automotores inexistentes na época do seu nascimento? Os previdentes sabem, se todos se automotorizarem a melhor opção fica sendo os pés. Andar porque as ruas ficarão entupidas de carros. Os montesclarinos de nascimento e os filhos adotados não merecem viver o dia a dia de um trânsito próximo de certos lugares da Índia. Caminhar é bom para o espírito, à mente e o corpo. Andar faz o esqueleto funcionar bem. Experimente. É necessário vencer o carro.

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