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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: M. Claros tem sido acometida de frequentes tremores de terra. Tremores que se intensuficaram depois da exploração de possíveis reservas de gás no subsolo da região. Vejam esta reportagem do jornal Valor Econômico de hoje: ´Estudo vincula extração de gás e óleo a terremotos - Cientistas dizem que a recente alta nas ocorrências de terremotos de pequena magnitude no Estado americano de Oklahoma provavelmente é resultado do descarte subterrâneo de grande quantidade de águas residuais geradas pela extração de petróleo e gás. Tremores costumavam ser raros em Oklahoma. Antes de 2008, o Estado registrava apenas um terremoto por ano de magnitude 3 ou maior. Neste ano, já ocorreram 230 terremotos dessa magnitude, mais que o número registrado na Califórnia. ´É um crescimento muito significativo´, diz Katie Keranen, sismóloga da Universidade Cornell e principal autora de um estudo sobre os tremores de Oklahoma, publicado na quinta-feira passada na revista ´Science´. As descobertas se somam a um crescente volume de evidências de que vários tipos de atividades humanas de grande escala - da mineração de carvão à construção de barragens - podem ajudar a provocar terremotos. Na maioria dos casos, os processos geológicos são complexos e pouco compreendidos. No centro e no leste dos EUA, o número de terremotos saltou nos últimos anos, segundo o Serviço Geológico do país. A agência afirma que mais de 300 tremores acima da magnitude 3,0 ocorreram em três anos, entre 2010 e 2012, ante uma média anual de 21 para o período entre 1967 e 2000. Esses terremotos foram grandes o suficiente para serem sentidos, mas raramente causaram danos. Ao analisar dados de terremotos a partir de 1970, a agência verificou que a alta dos abalos sísmicos coincide com a injeção de águas residuais em vários lugares, incluindo os Estados do Texas, Colorado, Arkansas, Ohio e Oklahoma. Ela planeja divulgar um mapa de risco de terremotos provocados pelo homem, conhecidos como terremotos induzidos. Keranen e seus colegas analisaram mais de perto a atividade sísmica em Oklahoma. Na extração de petróleo e gás, uma grande quantidade de água não potável, que fica abaixo da superfície, precisa ser eliminada de alguma forma. Ela é normalmente colocada em poços de cerca de dois quilômetros no subsolo. À medida que essa água se acumula, a pressão aumenta e começa a se expandir para fora dos poços. As descobertas de Keranen foram baseadas em um modelo dessas pressões. ´Descobrimos que o aumento da pressão no local dos tremores era similar à magnitude da transferência de estresse que pode levar a um tremor secundário´ em um terremoto natural, diz. Os pesquisadores também descobriram que quatro dos poços com maior volume em Oklahoma são capazes de provocar cerca de 20% dos recentes terremotos no centro dos EUA. Eles também descobriram que tais terremotos induzidos podem potencialmente ocorrer a mais de 30 quilômetros do poço. Os riscos dos terremotos induzidos podem variar de acordo com a geologia. Na produção de petróleo na Califórnia, muito da água é reinjetada na área onde é extraída. Na Califórnia, diz Tupper Hull, porta-voz da Associação de Petróleo dos Estados do Oeste, ´isso não está alterando as pressões geológicas e é pouco provável que se crie as condições que as pessoas em outros Estados estão vivenciando´. Em 2009, cientistas nos EUA e na China publicaram relatórios examinando a possibilidade de a construção de uma gigantesca barragem ter provocado a atividade sísmica que ajudou a desencadear o terremoto na Província chinesa de Sichuan que, em 2008, causou a morte de quase 90 mil pessoas. A barragem foi construída a 500 metros da linha de falha do terremoto. Contudo, cientistas não relacionaram de forma conclusiva a barragem ao terremoto. Um estudo publicado em maio na revista ´Nature´ sugeriu que a extração de água por um longo tempo provocou o afundamento do vale de San Joaquin, na Califórnia, ao mesmo tempo em que levantou a crosta terrestre nas áreas ao redor. Esses movimentos, segundo o estudo, foram suficientes para alterar o estresse da falha de San Andreas, próxima ao local, e pode explicar o aumento de pequenos terremotos na região. Processo semelhante aconteceu no município de Irecê, na Bahia. A região reúne cerca de 39 mil famílias de agricultores, de acordo com a Cooperativa da Agricultura Familiar do Território de Irecê, a Coafti. A agricultura depende da irrigação e mais de 10 mil poços foram abertos para extração de água. A situação se agravou quando empresas de fertilizantes começaram a arrendar esses poços para retirar água para uso industrial. Segundo estudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo, o IPT, a extração excessiva da água acabou provocando sua escassez. O IPT diz que isso está ligado ao rebaixamento das terras próximas, o que provocou rachaduras nas ruas, casas e propriedades rurais da cidade, especialmente na localidade vizinha de Lapão. (Colaborou Eduardo Magossi.)´

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