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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Muita gente lembra com saudades da estrada de ferro por onde trafegava os trens entre Montes Claros e Belo Horizonte com uma composição de quatro carros de passageiros, sendo dois de primeira classe e dois de segunda que sempre iam lotados, principalmente os de segunda com nordestinos destinados a São Paulo. A presença do trem como principal meio de transporte de pessoas, a longa distancia, chegou em Montes Claros em setembro de 1926 graça ao empenho do então Ministro da Viação e Obras Publicas Eng. Francisco Sá, filho da região, cuja estatua apontando para o sul, ainda está na antiga Praça da Estação. A estrada de ferro trouxe facilidade de transporte para o nordestino que sempre buscou São Paulo em busca de trabalho. Caminhões cheios de nordestinos chegavam e desarregavan na “Casa da Imigração” que ficava na Prça da Estação. Sempre lotada, muitos nordestinos acomodavam-se na plataforma da Estação à espera do trem.
Setenta anos depois de o primeiro trem chegar â estação, agora, em setembro de 1996, não sei por que, chegava ao fim o transporte ferroviário na região, substituído por ônibus e avião. Esse meio de transporte teve uma grande importância para o desenvolvimento dessa região, especialmente Montes Claros onde foi, por muito tempo, o fim da linha ou como diziam na época, a ponta de trilhos. Por isso, teve o progresso alavancado com um grande processo de industrialização a partir da década de 1970, graças à facilidade de transporte, principalmente o ferroviário que facilitou e incentivou a implantação da atividade industrial pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste o que serviu para atrair migrantes, criando, então um grande fluxo migratório. Hoje a predominância do espaço rural foi e está sendo substituída pelo urbano para atender às exigências da expansão urbana pelo aumento das atividades produtivas na cidade como a indústria, o comércio e serviços, como tambem, pelo aumento da demanda habitacional, gerado pela concentração populacional. O limite entre o campo e a cidade está deixando de ser visível e a população do campo vem decrescendo a cada ano com o aumento da capacidade de trabalho do homem, o que motiva a procura da cidade em busca de trabalho. (Dados oferecidos pelo IBGE)

(José Prates, 87 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Atualmente, é um dos diretores do Sindicato da Classe)

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