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Mensagem: Agora, a luz está acesa Manoel Hygino - Hoje em Dia Domingo parecia destinado a ser igual a todos os demais. Mas se havia anunciado que este, em março de 2015,seria diferente porque se programavam manifestações de protesto contra o governo nas principais cidades brasileiras. Seriam prova de vivo descontentamento da população pelo desvirtuamento da atividade política, em repúdio à corrupção por escândalos na administração pública, o mais recente envolvendo a maior empresa pública nacional: a Petrobras. Outros motivos havia, mas estes já seriam suficientes talvez para entornar o caldo. Dias antes, ocorreram desfiles nas capitais em apoio ao governo e em defesa da Petrobras, embora a empresa já estivesse ferida em seu patrimônio, em seu prestígio e em seus brios. Chamou atenção, para os que têm conhecimento mínimo de história, a data: 15 de março. Era este dia, assim como o 15 de maio, julho e outubro, e o 13 dos outros meses, formadores do antigo calendário romano, que se chamava de Idos. Havia, entretanto, um outro sinal macabro. Regressando de suas vitoriosas campanhas na Gália, da Bretanha e Espanha, Caio Júlio César, cumulado de honrarias e ídolo de suas legiões, dirigindo-se ao Senado, sem medo e mesmo advertido de que opositores conspiravam contra sua vida, foi ali assassinado, quando discursava. Assim, o 15 de março, tão distante no tempo (a morte foi em 44 a.C.), ficou indelevelmente manchado pelo sangue derramado na política. Marco Antônio fez um candente discurso junto ao corpo, dizendo porque comparecia ao enterro. Com Shakespeare, recordamos suas palavras: “Aos homens sobrevivem o mal que fazem, mas o bem quase com seus ossos fica enterrado. Seja assim com César”, o que -“para os gritos dos pobres tinha lágrimas”, que três vezes recusara a coroa”. “Tenho o coração, neste momento, no ataúde de César”, declarou Marco Antônio. O 15 de março, em 2015, neste país, foi demonstração de insatisfação pela situação a que chegamos. Todo o Brasil sabe o que existe, quais as causas do lastimável estado em que nos encontramos. Fontes oficiais descreveram os protestos do domingo como da “zelite”, é isso. Tudo bem. Não houve mortos, feridos, destruições. Cabe, a partir deste momento, formar uma sólida consciência nacional para que os aproveitadores do poder, onde estiverem, percebam que o povo se mantém disposto a defender os interesses do país. Chega de fazer de conta que tudo anda bem, que os desonestos serão punidos exemplarmente. É preciso acabar com a corrupção e com a impunidade. O cidadão precisa resgatar a confiança nas instituições. A nação não pode arruinar-se por um punhado de assaltantes dos cofres e do patrimônio público. O Mensalão, o Petrolão, a ´Lava Jato´ são apenas capítulos de devassidão nos costumes. Não se pode cerrar os olhos aos fatos, contra os quais protestaram as ruas no domingo. Temos de responder a um jornalista amigo que lamentava, há tempos, por verificar que o Brasil havia deixado de ser um país para transformar-se em um território. Nem sequer permaneceu como tal, entrou em decomposição, sem consciência moral. Temos um país pior do que o que recebemos. Os valores deixaram de ter valor. O que mais dói é a insensatez. A proposta de domingo, 15 de março, é de mudar o quadro, para evitar-se o caos.
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