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Mensagem: Seresta em Montes Claros Noites de luar. Ruas silenciosas. Todos os habitantes da Vila das Formigas dormem. Súbito, as vozes dos seresteiros, acompanhadas pelos violões, violinos e flautas elevam-se, apaixonadas, em frente às janelas das jovens que lhes inspiram amor: ´Amo-te muito como as flores amam...´, ou daquelas que já os desprezam: ´É a ti, flor do céu, que me refiro...´ Modinhas... Onde e quando nasceram? Em Portugal, no final do século XVIII, dizem os portugueses. No Brasil, na mesma época, reivindicam os brasileiros. Não importa, e sim o objetivo de comunicar-se através do som associado à palavra, que é um aproveitamento da rica qualidade de linguagem, provocando emoção. O homem da pré-história já utilizava o canto para comunicar-se, sem palavras, mas compreensível. São conjecturas, pois só a partir da antiguidade, aparecem testemunhos do florescer do canto. Certo é que cantar foi sempre um prazer, e, como todas as nações humanas, o canto se desenvolveu, diversos gêneros surgiram, ritmos e melodias várias. Entre elas, a modinha que, pelo conteúdo sentimental, sem requintes literários e uma sucessão rítmica de sons musicais simples, expressando o amor, a saudade, a tristeza, a dor da separação, foi sempre admirada. Na Vila das Formigas, coadunando-se com a sociedade, principiante nos valores culturais, faz-se a modinha a preferida, talvez, também, porque era cantada de surpresa, pela madrugada. A Vila passou a cidade, desenvolvia-se comercialmente e já pensava na cultura, abrindo escolas, e a modinha continuou reinando, até 1917, quando chegou a luz elétrica. Ruas iluminadas acabaram com o sortilégio das serestas e dos seresteiros apaixonados que, no entanto, continuaram lembrados: Luiz Gregório, Tonico Faria, Tonho Mendonça, Antônio Carlos Prates, Elpídio César, Serafim Trindade, Sílvio Teixeira, José Maria Fernandes, autor da bela modinha ´Serenata das Virgens´, Hermenegildo Chaves - o Monzeca, posteriormente consagrado editorialista do ´Estado de Minas,,) Hermenegildo Prates e João Chaves, o mais célebre pela composição de várias modinhas admiradas, especialmente ´Amo-te Muito´, cantada por todo o Brasil. Referência da nossa cidade. Outros seresteiros não estão registrados no livro: Montes Claros, sua história, sua gente e seus costumes, do nosso maior historiador Hermes de Paula, apenas os citados.
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