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Mensagem: Cem anos de belas lições Manoel Hygino - Hoje em Dia Completaria 100 anos, em 30 de dezembro último, dia também do aniversário natalício de Danilo Gomes, o poeta da gloriosa e pioneira vila, cidade e capital de Minas Gerais. Da metrópole brasileira, ele enviou mensagem de cumprimentos a Yvonne de Oliveira Silveira, que foi mais do que um ícone, porque um ser humano admirável e exemplar. Não sei se a mestra de gerações sucessivas de montes-clarenses terá recebido a homenagem do bardo conterrâneo de Cláudio Manoel da Costa; como não terá lido certamente o artigo com que expressei minha simpatia, apreço e amizade, nas páginas do “Jornal da Associação Nacional dos Escritores”. Estavam minadas as forças que a mantiveram em intensa atividade durante um século, iniciada em 1914, e o magistério aos doze anos. Em minha posse na Academia Mineira de Letras, surpreendi-me com sua presença na casa de Vivaldi Moreira, a quem sempre reverenciou por sua conduta lhana, de empreendedor, pela cultura e vasta produção literária. A mestra, elegante em seu sapato de meio salto, deixara o sertão e deslocou-se ao novo Curral Del-Rey com outros ilustres filhos da mesma terra e região. Para saudá-la, mais do que ao empossante, o Madrigal Renascentista, regido pelo maestro Marco Antônio Maia Drumond, cantou a modinha do compositor João Chaves: “Amo-te muito”. O tempo fluiu sobre a solenidade no auditório da Academia, junto à belíssima mansão que o grande mestre da medicina Borges da Costa, ergueu pra residir na rua da Bahia, hoje sede do sodalício. Yvonne foi símbolo de operosidade e de dedicação ao ensino e á cultura de sua/nossa terra, presidente vitalícia da Academia Montesclarense de Letras, a cuja frente esteve de fato, até estoicamente, até o final. Engrandecendo o adeus neste abril, a despedida foi numa quente tarde de abril, azul e gentil, o corpo levado ao último abrigo terreno, sem pompa, nem extenso cortejo, num sábado típico de calor do sertão. Completava-se, então, o ciclo de vida de quem tanto dera de si, pelos valores humanos, pela cultura, pelas letras, pela arte, na cidade que a viu nascer, reverenciou-a e a levou ao túmulo. Não deixou filhos. O esposo, também bom poeta, já se fora há alguns anos, quase centenário. O sonho maior de Yvonne, porém, não se consumara, como confessou: “A vida concedeu-me amores, mas me negou o mais sublime de todos, o amor materno. Pude amar como filha, irmã, noiva, e esposa. No entanto, o coração parece vazio, está sempre a desejar, não obstante o amor que dedico aos que formam a minha família, porque jamais pude sentir o amor de mãe”. Somente a maternidade completa a mulher, preenche-lhe o coração, sublima-lhe a vida. Pela maternidade, a mulher torna-se colaboradora de Deus, amplia o seu apostolado social. Os filhos são a continuação de sua vida e só por esse meio pode o homem de algum modo escapar da morte que tudo destrói e apaga. O amor faz esse milagre: transmite a vitalidade dos esposos a formas novas, antes que as suas formas pereçam. Está aí a lei de Deus, infinitamente sábia, quando o Criador abençoou a união do homem e da mulher dizendo: Com o “crescei e multiplicai-vos, ficou estabelecida esta lei. Por ela, está assegurada a preservação da espécie”.
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