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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 19 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Se não me engano, a morte anunciada hoje deste Sr. Abel é a morte, e apenas física, de um personagem de Montes Claros nos últimos 60 anos. Se se trata, pois, da partida de Abel Português, é preciso recuar no tempo. Ele chegou aqui pelos anos 50, vindo de Portugal, como pioneiro da nossa indústria - e creio que jamais devidamente homenageado pelo bem que fez. Trazido pelas mãos do Sr. Ramos, da Casa Luso Brasileira, marido de Dona Fernanda, Abel fez nascer nos fundos do Colégio Imaculada, numa inexistente Rua Irmã Beata, uma fábrica...de Guaraná; creio que Guaraná RC, que significa a marca Ramos e Companhia. Daí, naturalmente, ter atraído tanto a admiração das crianças para aquele homem alto, vermelho, de aparência carrancuda, mas de um coração enorme, sempre tentando disfarçar a infinita doçura com o cenho severo, que jamais convenceu. Que o diga Tião Camurça, um dos primeiros engarrafadores da novel fábrica, e depois herói da imprensa de M. Claros - o que imprimia diariamente milhares de páginas de jornal, folha por folha passando por suas mãos. Ali, Tião Camurça começou sua vida de trabalho e de luta, honrada vida de operário. A fábrica durou anos, até desaparecer, e Abel Português transferiu-se para o ramo de cerâmica, do outro lado da cidade. Hoje, é preciso que a empavonada cidade de 400 mil habitantes, perdida de sí, ache tempo para examinar o burgo de 50 mil de outrora, onde imigrantes como Abel Português ajudavam o dia a amanhecer, com suas luzes, e a abnegação que o fez transpor o Grande Mar Português. ´Ó mar salgado, quanto do teu sal/ São lágrimas de Portugal!/ Por te cruzarmos, quantas mães choraram,/ Quantos filhos em vão rezaram!/ Quantas noivas ficaram por casar/ Para que fosses nosso, ó mar!/ Valeu a pena? Tudo vale a pena/ Se a alma não é pequena´. Que se guarde o nome deste Abel Português, que hoje foi além do Bojador; de volta, enfim.

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