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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 19 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Artur Fagundes Um político de renome, um adversário temido, um amigo afetuoso, um poeta parnasiano: Artur Fagundes. Depois de alguns anos de separação, reencontrei-me na última sexta-feira (26/07/15), no Centro Cultural, aqui em Montes Claros, com Artur Fagundes, em solenidade festiva de lançamento de mais um de seus livros: “O Colibri – Sonetos e Poesias”. O meu nome estava, na Portaria, na relação de convidados, mas eu não havia recebido o convite, devolvido pelo Correio. Mas, João Jorge, diretor do Centro Cultural, para atendimento ao Autor, encarregou-se de convidar-me, o que fez através de Isabel Lôpo, por e-mail. Não podia faltar. O político, filiado ao PR-Partido Republicano, antes da “Revolução de 64”, marcou sua passagem pelo seu dinamismo, pela sua fidelidade partidária. Foi um dos melhores deputados que o Norte de Minas teve. Contudo! As força políticas em São Francisco dividiam-se meio a meio entre a Coligação UDN/PR e a Coligação PSD/PTB. Eu era filiado ao PTB e meu pai ao PSD. Nos anos 60, apareceu em São Francisco, apoiado pelo PR, como adversário ferrenho, um candidato novo a deputado estadual, que motivava as multidões com seus discursos nos comícios políticos. Adversário com força de convencimento, nós temíamos a sua chegada para um comício. Não tínhamos porque gostar dele, apesar de sua lhaneza de trato. Os anos passaram rápidos e eu, apesar de já residindo em Montes Claros (a partir de 1963) ainda atuava ativamente na política em minha terra natal, como ele e meus companheiros nos filiamos ao PDS (a politica municipal falava mais alto), e nos tornamos amigos. Amizade que se fixou e atravessou os tempos. Chegou às minhas mãos, em 2011, sem que eu tivesse participado de solenidades de lançamento, seu livro de sonetos “Meu Relicário”. O nome Artur Fagundes renasceu em minhas lembranças e desejei reencontrá-lo, mas não ocorreu. Ou ocorreu! Reencontramo-nos culturalmente pela leitura e releitura de seus sonetos petrarquianos. Era o intelectual que havia transformado a sua força de convencimento nos comícios em sentimentos poéticos. Em seus sonetos, pela pureza parnasiana, pela perfeição da métrica, da sonoridade e da rima, umas entrelaçadas e outras alternadas, do lirismo clássico, eu me via lendo Raimundo Correia, Camões, Olavo Bilac, Vinícius de Moraes. Eu disse, talvez tenha sido ontem, que com as mundanas ilusões dissipadas, encontro-me cansado da jornada de oitenta e seis anos. Cansado de procurar a felicidade, mas “A felicidade é láurea que chancela / A conquista pelo esforço dispendido / Quanto mais a gente anda em busca dela / Mais distante fica o prêmio pretendido”.

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