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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 20 de novembro de 2024
 

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Mensagem: LIVRO DOS 50 ANOS DA ACADEMIA MONTES-CLARENSE DE LETRAS Quem seríamos se não tivéssemos memória? É ela que nos dá identidade. É a nossa história de vida, com todos seus acontecimentos, que faz de nós aquilo que somos. Assim também acontece com uma cultura, uma sociedade, uma civilização. A história nada mais é que o registro de tudo que a memória pôde colher. O confrade Wanderlino Arruda, com seu espírito de pesquisador e sua experiência como escritor e jornalista, buscou nas atas de todos os cinquenta anos da Academia Montes-clarense de Letras a sua história, para que as futuras gerações tenham conhecimento da luta, da persistência e da garra dos intelectuais de nossa terra que vêm, ao longo desse tempo, tentando manter viva em Montes Claros a chama de Atena. Com maestria, Wanderlino conseguiu alinhavar tão bem os registros feitos por outros, que a leitura deste livro tornou-se fascinante, instigadora e muito importante para todos os montes-clarenses ligados ou não às Letras. A história da AML é principalmente o desfiar de sonhos, projetos, utopias e realizações. Não importa se muitos não se tornaram realidade diante dos embates contra a muralha dos contratempos, das incompreensões e principalmente diante das dificuldades financeiras. A Academia, como instituição, é maior que erros e falhas. O que importa é que ela persiste em sua luta para manter o brilho da Beleza, do Lirismo, da Imaginação e da Cultura. Como diz Krishnamurti, “o autoconhecimento é o começo da sabedoria”. Não há outra maneira de aprender a não ser nos conhecendo e nos transformando. E como os conhecer senão buscando a reflexão através de nossa história? Somente conhecendo nosso passado poderemos não apenas entender o que somos, mas de que raízes brotamos e o que poderemos realizar no futuro. Busco na genialidade do poeta Jorge Drexler o significado da AML dentro da sociedade montes-clarense: “Não somos mais que uma gota de luz, uma estrela fugaz, uma chispa tão somente na idade do céu. Não somos o que queríamos ser, somente um breve luzir em um silêncio antigo com a idade do céu”. O que importa em toda a história da Academia Montes-clarense de Letras é a beleza do horizonte e não a dureza do percalço. Seja como for, ela tem estimulado a tantos que antes engavetavam seus escritos, a trazerem a lume obras tão importantes para nossa cidade e região. Gostaria que os membros da própria Academia assim como os cidadãos da nossa amada Montes Claros, no decorrer da leitura desta obra, refletissem sobre as palavras de Mário Benedetti: “Não desistas por favor, tão cedo, ainda que o frio queime, ainda que o medo morda, ainda que o sol se esconda e se cale o vento. Ainda existe paz em tua alma, ainda há vida em teus sonhos”. Esta a história da Academia: vida nos sonhos dos intelectuais de hoje e daqueles do passado. A estes intelectuais que ousaram sonhar e levaram adiante os seus sonhos o nosso “muito obrigada”. Hoje, diríamos a todos eles: “Ave, companheiros! Nós sonhadores do presente vos saudamos”. Ficam aqui, também, os nossos profundos agradecimentos ao ex-presidente Wanderlino Arruda, este incansável companheiro que ousou, em tão pouco tempo, levantar nossa história. Se alguma falha for encontrada, não será fruto da escrita ou da sua memória, mas do registro muitas vezes apressado e sucinto nas Atas e correspondências. Maria Luiza Silveira Teles Presidente da Academia Montes-clarense de Letras

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