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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 19 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Meus 50 anos de jornalismo Alberto Sena Por esses dias me dei conta de ter o direito de poder comemorar, se quisesse, com “festa de arromba”, como diria Erasmo Carlos lá na década de 60, os meus 50 anos de Jornalismo. Quem se der ao trabalho de fazer conta de aritmética não me deixará afirmar sozinho como sendo verdadeiras e intensas essas cinco décadas de Jornalismo, passando pelos segmentos de redações, desde repórter – noticiarista, redator – a editor de Agropecuária, Meio Ambiente, Abastecimento e Economia. Sem pejo, a quem interessa possa informo meus atuais 67 anos de idade e o ingresso no Jornalismo aos 17 anos, no O Jornal de Montes Claros. Meio século se passou e se olho pelo espelho retrovisor só agradeço a Deus por tudo vivido nesse rico período de minha vida pessoal/profissional, que, indubitavelmente influiu sobremaneira em minha formação profissional/pessoal. Penso, às vezes, se eu não fosse jornalista e tivesse de optar pela minha verdadeira vocação seria jornalista de novo. Faria tudo novamente, cuidando de aperfeiçoar, evidentemente, a caminhada se a oportunidade fosse criada. Sem querer ser presunçoso, mas sendo, pude prestar e ainda presto bons serviços por meio do Jornalismo tendo em vista o bem da coletividade. A intenção não é fazer proselitismo, mas por meio do Jornalismo sadio dei e continuarei dando a minha contribuição no dia a dia para o resgate dos valores humanos verdadeiros. Por tudo já realizado até aqui, sinto satisfação enorme, porque sendo um reles exemplar da raça humana exerço com a maior tranquilidade meu direito de dormir naturalmente oito horas por dia com a consciência plena de ter cumprido da melhor maneira as minhas obrigações em todos os veículos de comunicação por onde passei, em Belo Horizonte. Em meio aos leitores deste texto comemorativo alguém poderá fazer a pergunta-chave, considerada: “Este camarada deve estar com as burras cheias”. Não ganhei dinheiro com o Jornalismo. Não tive tempo para isso. A satisfação pessoal ao me lembrar ter atingido profissionalmente uma quantia de anos tão significativa não é material. Nem tangível. Porque de grande significado imaterial. Tive e continuo tendo experiência profissional e pessoal maravilhosa com o Jornalismo porque cada vez mais posso conhecer-me e também os meus semelhantes, embora tenha a convicção sobre ser o comportamento da Humanidade o mesmo desde sempre, incorrigível, guardando aí as proporções da massa a cada século da existência humana. Quem me acompanha desde os meus primeiros passos sabe, penso sempre de maneira global, mas como não tenho o dom da ubiquidade, atuo localmente, como faço até aos dias de hoje estando em Grão Mogol, na linha divisória do Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, cidade histórica onde nunca em sua história secular teve um jornal impresso. Mas terá. Brevemente. Fosse eu afeito a festividades, a essa altura podia fechar um ambiente amplo e com boa infraestrutura e enchê-lo de convidados para me ajudar a comemorar essa metade de século como profissional de comunicação. Todavia, isso para mim não passaria de massagem de ego. Interessa-me mais lembrar a mim mesmo, vou passando depressa pelo mundo, certo de não ser deste mundo. Depois de tudo vivido, ouvido e visto durante esse tempo de tamanha relatividade, tenho a grata satisfação de ter chegado neste ponto achando estar apenas na metade do caminho, porque o melhor está por vir. E, concluo se saí ileso até aqui, sem ser cooptado pelo “mecanismo” em vigor lamentavelmente no País, em todas as esferas – Executivo, Legislativo e Judiciário – posso registrar a alegria de nunca tê-lo aceitado e por isso ter sido rejeitado por ele. Vivo porque tenho uma centelha divina em mim. Sou rico de graças de Deus. Materialmente tenho o senso do equilíbrio, sem entrar na corrente do consumismo. Agradeço a Ele por tudo vivido e por viver. E me ponho à disposição como o mais reles dos seus servos. Em verdade, em verdade confesso, sou rico e peço para ser mais rico ainda, sempre, de graças. Vejo o mundo em convulsão. Mas sou como o beija-flor destemido tentando apagar o incêndio na floresta com água no bico. Sinto-me também como Dom Quixote de La Mancha. Na pior das hipóteses, corro só o risco de semelhança com o personagem de um dos clássicos mais importantes da Literatura Universal.

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