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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 19 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O Rio que não virou pesadelo Manoel Hygino O Rio de Janeiro se vai transformando, se já não se transformou, em um grande pesadelo para seus administradores e sua própria população. A gente do Estado e a Cidade Maravilhosa, além dos visitantes desejosos de conhecer a beleza do patrimônio que a Natureza esculpiu em montanhas e mar, sentem a falta de segurança nos bairros elegantes ou na Baixada Fluminense. Os guias turísticos impressos ou os roteiros divulgados pelos meios eletrônicos de comunicação são valiosos. Mas haja cuidado para não se tomar caminho errado e entrar em terreno dominado pelo crime organizado, com ênfase pela traficância. Rio não é só praia, não só Copacabana, os badalos das exibições artísticas, sequer o Carnaval e o Baile dos Enxutos, no Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, o desfile do Cordão do Bola Preta, as óperas no Municipal, a vista ao Hipódromo da Gávea, o Porto das Barcas, a Lagoa Rodrigo de Freitas... Tudo depende de cada um, de seus gostos, de sua formação, projetos e inclinações. O jornalista Paulo Narciso, mineiro de Montes Claros, duas vezes Prêmio Esso, descreveu dias na Cidade Maravilhosa, de Vinícius de Morais e Noel Rosa. “Fui ao Rio cumprir alguns deveres: fazer preces no Mosteiro de São Bento, conhecer, ainda que de fora, os estúdios gloriosos da Rádio Nacional, que atingiu, em 2016, a cumeeira dos 80 anos. E, rever, o Forte de Copacabana, agora museu, o Paço Imperial (com nenhuma lembrança do que lá se passou), a Quinta da Boa Vista, que abrigou a única Coroa europeia nas Américas, o Jardim Botânico e, de novo, meditar nos aposentos do autocídio de Getúlio. Tudo muito abandonado, do ponto de vista da história”. “Os aposentos de Getúlio, onde se imolou, estão a poucos metros de uma pipoqueira fixa, na entrada de um cinema térreo. Creio que Getúlio a custo se esquiva dos piruás que descuidadosamente miram a sua, e nossa, memória, num dos lances mais pungentes. O paroxismo, afrontado por pipocas e piruás. No Paço Imperial, diminuta placa recorda, aos procuradores mais diligentes, a Janela do Fico e a Janela da Lei Áurea, na antessala do Trono, também esquecida. Sugere que nada aconteceu ali, que somos não um povo, mas um acampamento descuidado”. Há muito, pois, a ver no Rio de Janeiro, não simplesmente no que tange à pauta alegre, aos jogos no Maracanã, às promoções de toda natureza, exposições, apresentações de cantores e grupos artísticos de renome internacional. A história do Brasil habita o Rio de Janeiro. Nas proximidades da Praça Paris e da qual lhe é próxima a que recebeu o nome de Gandhi ou na rua do Ouvidor, ou junto ao Hotel Serrador, outrora ponto de referência de hóspedes ilustres, há um mundo que merece respeito e revela belezas de uma época que não morreu; por ali, nas vizinhanças, havia o antigo prédio do Senado Federal, casa parlamentar em que Machado de Assis assistia às reuniões e fazia a notícia para as folhas. Mudou o cenário imponente. O tempo, sim, não parou, mas o que ficou do passado não é pretérito, a não ser para os que não querem conhecer a história. Est mestra da vida, permanece. Os discípulos, todos nós, deveríamos extrair lições que nos guiarão no decorrer da existência, embora se lhe dê tão pouco significado presentemente.

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