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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 19 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Lembrar é preciso V Rossini Corrêa, vice-reitor da American World University – AWU/USA, vice-presidente da Associação Brasileira de Advogados – ABA e membro da Academia Brasiliense de Letras, em “Vida inteligente com os gregos”, artigo publicado na Revista da Escola Nacional de Advocacia, nº 7‏, observa que Alexandre Magno, “não por acaso, desejoso de demarcar a conquista do Egito com a fundação de uma cidade que lhe guardasse a memória, chamando-se Alexandria e que vivesse povoada pela respiração molecular da presença grega, Alexandre, o Grande, realizou o seu traçado com farinha sobre a terra negra, à falta de giz ou areia. Pássaros em profusão, descidos em nuvem, comeram a farinha e apagaram o traçado da futura construção. Espiritualmente aflito com o mau presságio, Alexandre, o Grande, perpassou os areais perigosos do deserto, em busca do Templo de Júpiter Amon, onde consultou o oráculo, interessado em receber como resposta do presbítero, entre outras coisas, se o deus “lhe concederia a graça de torná-lo monarca do mundo inteiro”. Chamado de filho de Júpiter, por meio do seu profeta, “o deus respondeu-lhe que sim”. O mundo que Alexandre Magno, expandiu nada tinha, a rigor, de macedônico: era grego. De onde o desejo do célebre conquistador de que a cidade, que lhe guardasse a memória, tivesse a presença capital de gregos e mais gregos, porque, se a Macedônia formara um corpo, a Grécia tinha uma alma, era um espírito e afirmara um paradigma”. Educado por Aristóteles, seu preceptor, outra coisa não se podia esperar do grande Alexandre. Da parte final do texto de Rossini Corrêa extrai-se que alguns seres humanos formam o corpo de uma cidade e outros a sua alma, isto é, a parte capacitada para ser, pensar e criar. O árido chão deste Norte de Minas Gerais também tem uma alma, que se determina por aqueles intelectualizados que se dedicam à produção literária, que identifica o lado mais humano e menos materializado da vida. Por uma lembrança, que se vincula ao merecimento, sou levado a dar relevo, por ser portador das qualidades que se atribuem aos que integram a alma norte-mineira, a Olyntho da Silveira, de saudosa memória.. Olyntho da Silveira, escritor e poeta, que faleceu centenário, é uma lembrança viva. Sou levado a recordar que, por telefone sua esposa, escritora Yvonne de Oliveira Silveira, também de saudosa memória, convidou-me, com minha esposa, para uma reunião em sua casa, sem nos informar que era para comemoração dos 99 anos de Olyntho. Lá estivemos, em uma noite festiva. Olyntho da Silveira nasceu em Brejo das Almas, hoje Francisco Sá/MG. Foi fazendeiro, comerciante, funcionário público, delegado de polícia, vice-prefeito de Montes Claros. Membro da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais e da Academia Montesclarense de Letras, de que foi presidente. Ele publicou: “Cantos e Desencantos”, “Minha terra e a nossa história”, “Portais Versificados”, “Francisco Sá nas suas origens: O Velho Brejo das Almas, Cinquentão”, “Cantos Chorados” e, em parceria com sua esposa Yvonne Silveira, “Brejo das Almas”. Realista e amoroso, no seu soneto a Maria Luísa, ele canta: “Você começa a sua Primavera, / enquanto o meu Outono está no fim / e aproveitá-la mais eu bem quisera. / Mas mesmo assim bendigo a sua vinda, / Pois que você é o Universo em mim, / na pouca vida que me resta ainda”.

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