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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 18 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A tragédia da BR-251 Manoel Hygino O grave- gravíssimo- acidente na manhã do último sábado, dia 13 por sinal, foi mais- muito mais- do que mero desastre rodoviário. O número de mortos e feridos equivaleria ao de vítimas dos atentados perpetrados no Oriente Médio pelos fanáticos religiosos e políticos que anualmente deixam saldos de dolorosas memórias. O tópico inicial da imprensa escrita, o lead, dá a síntese da tragédia: caminhão desgovernado invade a contramão, provoca choques entre cinco veículos e causa pelo menos 13 mortos e 29 feridos. Local: BR 251, Norte de Minas, próximo à histórica Grão Mogol, rodovia das mais intensas em tráfego de carga pesada, segundo o jornalista Luiz Ribeiro. A Delegacia Regional da Polícia Rodoviária Federal expediu nota confirmando os dados e a dinâmica do acidente, que começou quando carreta, com um carro na carroceria, viajando de Salinas/Montes Claros, perto do Km 413, invadiu a faixa contrária, em uma reta, e desencadeou a sucessão fatal. De quem é a culpa? A pergunta surge naturalmente, mas a resposta exige cuidados especiais. No trecho extenso de estrada que liga a rede rodoviária nacional, a muitas vezes fatídica Rio-Bahia, a BR-116, dezenas e dezenas de pessoas ficaram mutiladas para sempre. Ou simplesmente perderam a vida. Poderia a tragédia ser evitada? Evidentemente, sim. Já havia sinalização, e o perigo era ali mesmo, não morava ao lado. É uma longa região, percorrida por cargas transportadas para o Nordeste ou passageiros que descem o mapa para o Sul e Sudeste, ou por nordestinos que vão matar saudades, na terra natal. Quem acompanha os fatos, através de qualquer meio de comunicação, sabe perfeitamente que não é o primeiro, nem será o último acidente com muitas vítimas naqueles rincões. A máquina de fazê-las funciona sistematicamente e é frequente a falta de consciência dos que dirigem por aqueles pedaços do Brasil, é uma das causas maiores, senão a maior. O Estado, como poder público, aparentemente fizera o que devia, ao que se depreende da descrição. O atendimento ás vítimas é demorado, sobretudo pelas longas distâncias. A rede hospitalar não está preparada à suficiência para tragédias dessa grandeza, e consequências. A sucessão de choques, o capotamento, o tombamento e o incêndio dos veículos, de mais de um estado, demonstraram que toda precaução é pequena em tais lugares e circunstâncias. Os hospitais locais, com ênfase a Santa Casa de Montes Claros, a cidade de maior importância do Norte, fizeram o possível, com os meios disponíveis, no sábado quente já pela manhã. O SAMU foi chamado à emergência e helicóptero da Polícia Militar participou do salvamento neste tipo de trabalho, em local remoto, esforçando-se ao máximo em benefício do próximo. No entanto, o resgate da vida não está disponível muito perto. Tudo se transforma, enfim, num doloroso e imprevisível episódio. Mais mortos ali do que no já histórico rompimento da barragem do Fundão, a partir do distrito de Bento Rodrigues, em mariana, há mais de dois anos. As estatísticas de acidentes são insaciáveis. E o Brasil ostenta o nono lugar no conjunto mundial de acidentes no gênero.

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