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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 18 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Os Sermões Petrônio Braz Para quem viveu a vida religiosa (cristã) antes dos anos sessenta, do Século passado, os sermões eram a forma mais perfeita de evangelização. Os templos católicos, em sua grande maioria, possuíam púlpitos, geralmente nas laterais na nave principal e o pároco, no momento preciso, deslocava-se do altar-mor e dirigia-se para o púlpito. Momento aguardado com certa ansiedade pelos fiéis, já que a missa, celebrada em latim, nada transmitia de cristianidade à grande maioria dos que a assistiam. Fui coroinha nesse tempo, ajudando o sacerdote nas funções do altar. A missa, como a reconstituição do sacrifício de Cristo pela humanidade, não era momento de festa, era um ato solene e místico, e deveria ter continuado a ser. Um ato respeitoso de contrição, de elevação espiritual e não de alegrias humanas de natureza terrestre. O contato do pároco com os fiéis circunscrevia-se ao sermão. Nele a palavra do Evangelho era mostrada de forma viva, pela eloquência do pregador. Foram-se os tempos de um Padre Vieira (o maior pregador católico de todos os tempos, em língua portuguesa), mas ainda podemos encontra sacerdotes capazes de transmitir a fé através da palavra, não da imposição desta através de dogmas. Entre os evangélicos destacam-se também alguns excelentes pregadores. Quando leio os “Sermões” do Padre Vieira, vejo renascer em meu espírito, hoje agnóstico, a procura do entendimento da realidade incognoscível da minha condição de ser humano, de minha origem evolutiva ou criativa. O padre Antônio Vieira, da Companhia de Jesus, natural de Portugal, veio para o Brasil com sete anos de idade. É considerado um dos homens mais extraordinários do século XVII. Teve atuação de vulto na política e grande influência religiosa tanto no Brasil como em Portugal, e na vida cultural e literária em outros países. Os sermões daqueles tempos eram persuasivos e claros, centrados no Evangelho, e tinham como paradigma o Sermão da Montanha, provindo da palavra do próprio Cristo. Ouvi alguns bons sermões, com igreja cheia de fieis silenciosos, com os olhos e a mente presos à palavra do orador sacro. Não se batia palmas nem antes, nem durante, nem depois. Rezava-se, com as últimas palavras do sermão ainda presentes a nos infundir a certeza da fé. Eram sempre palavras que deixavam a mais forte impressão emocional. O orador sacro não buscava aplausos; ele se realizava através do estado reflexivo, da elevada contrição dos fiéis. De Vieira, além de inúmeros outros, são imperdíveis: Sermão de Santo Antônio, Sermão da Visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel e o Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda. Os sermões, quando objetivamente conduzidos a tempo e modo, ainda exercem influências benéficas na manutenção da fé, conduzindo ao arrependimento, renovando a devoção e orientando a conduta humana dentro dos preceitos da fé de cada um. O convencimento, pela força da palavra qualifica o orador sacro. Existe um poder imenso nas palavras. Um sermão pode libertar o que de bom existe dentro de nós mesmos, exorcizando o mal.

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