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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 29 de março de 2024
 

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Mensagem: A maldição do vice Manoel Hygino Ele não é tão conhecido em Minas como deveria. Refiro-me a Ailê- Salassié Filgueiras Quintão, jornalista e professor, doutor em história cultural. Antes de tudo talvez, homem de imprensa. Trabalhou na Folha de S. Paulo, Última Hora, Rádio JB, Diário Popular de SP, Correio Brasiliense, correspondente em Londres e enviado especial para coberturas diversas na América Latina. Não sei se pertenceu a equipes de jornalistas esportivos, mas sei que cobriu os Jogos Olímpicos de Atenas, Pequim e Londres. Em seu currículo, esclarece-se que se graduou em jornalismo, política e história, lecionando na Universidade de Brasília e na Católica. Autor de dez livros, entre os quais Jornalismo Econômico, Americanidade, Rupturas e Codinome. Chama a atenção: nasceu na tranquila Piraúba, na Zona da Mata mineira, cidade de que conheci apenas uma senhora, casada com amigo meu, que pertencera ao setor de distribuição do saudoso Jornal do Brasil. E agora eis o Ailê Salassié que lançou, neste tumultuoso 2018, “Pinguela, a maldição do vice”, pela Editora Otimismo, de Brasília. O vigoroso trabalho é dedicado à Associação Nacional dos Escritores, à Academia de Letras do Brasil e à Academia Ubaense de Letras, representada pelos seus presidentes Fábio de Souza Coutinho, Flávio René Kothe e Marum Sallum Alexander. Em resumo, ele – o autor – constatou que, nos 50 dos 129 anos de República, o Brasil foi governado por vice-presidentes nada menos que 11 vezes, em decorrência de algum impedimento do titular. Está na contracapa: “o cargo de vice-presidente parece amaldiçoado. Este livro trata do momento de passagem do poder para Michel Temer e da conturbada gestão do vice”. O atual presidente seria uma vítima da história ou mais um protagonista do caos. O prefaciador, Hélio Marcos Prates Doyle, observa que os textos do volume refletem o espanto da população, a angústia dos indivíduos e indignação do jornalista, que constituem o espírito da obra. Não o inspiraram a ideologia nem o misticismo, mas sim a “ansiedade nata do repórter”, confundindo-se com o “olhar curioso do historiador, uma boa simbiose, representando a união de duas perspectivas distintas, mas complementares”. Nos textos, identificam-se contradições que emperram o crescimento do Brasil, fazendo lembrar as “lacunas históricas”, de Hanna Arendt. Delas, resultaram diagnósticos melancólicos sobre a gestão do Estado e as carências da população. Na convivência com os fatos, viu-se surgir entre nós uma pluralidade de partidos, de políticos e de agentes marginais que constroem falsas realidades, acobertadas ou acobertando cinicamente um mundo de transgressões. Aliê confessa que se deparou com a “figura aparentemente solitária de Michel Temer, vice-presidente da República, um senhor indeciso, porém teimoso, e que se propôs a apenas concluir a transição do mandato presidencial”. O ex-presidente FHC, aliás, classificou o governo dos vices de “uma pinguela”, título do livro ora comentado. O Brasil precisaria ter um vice? É uma das várias perguntas que emanam das quase quatrocentas páginas. E o vice herdou uma administração da máquina do Estado desarrumada, a economia em recessão, o desemprego generalizado, o país em estado conflituoso e população sem ter no que acreditar. E mais: uma operação jurídico-policial inquisitória anticorrupção, além de expor os ranços oligárquicos na política e os protagonistas transgressores emergentes.

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