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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 17 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Entropia do Macrocosmo Relendo artigos da lavra de Raphael Reys despertou-me a curiosidade de uma análise do macrocosmo, além do espiritual, que ele tão bem tem abordado. Afirma Raphael Reys, que exatamente “há trezentos e vinte milhões de anos a mente do Criador dormitava no seio plástico do imanifesto, do incriado.” Criador necessariamente antropomorfo, na manifestação poética de Vínicius de Morais. Da mente do Criador surgiu a centelha, que produziu a energia primeva, nascendo daí a mecânica do macrocosmo. O Universo finito, criado pela energia, é uma ma¬ravilha que se observa nas noites estreladas. Em maio de 1910, assombrosamente belo, o cometa Halley prendeu a totalidade da visão do céu, empolgando a atenção e a curiosidade dos seres humanos. Essa não foi, todavia, a nossa visão do mesmo cometa, em 1986. Naquele ano ele – o cometa – no soneto de Napoleão Valadares, “errante e zombeteiro, fez dos homens bobos. Veio e foi-se, a pôr os olhos ansiosos numa luz sem cor, frustrados com a sua pequenez”. Edmundo Halley, em seu livro “Synopsis astronomiæ cometicæ”, publicado em 1705, predisse para 1758 a reaparição do cometa que tinha sido observado por Kepler em 1607, que hoje é conhecido como cometa Halley ou de Halley. Ele continuará voltando à órbita da Terra a cada 76 anos, até desaparecer. A entropia dos cometas é mais rápida que a do Universo como um todo. Também o Universo terá, um dia, um fim pela dissipação gradativa de energia. Em 1456, aconteceu uma das mais belas aparições do cometa que mais tarde seria conhecido como o cometa Halley, visão que amedrontou a Europa inteira. Essa aparição foi tida como uma consequência da tomada de Constantinopla pelos turcos, ocorrida antes, tanto assim que o papa Calisto III ordenou preces públicas, para afastar a ira divina pela perda do Império Cristão do Oriente. Até hoje, os católicos ainda recitam a saudação angélica, ao meio-dia, em obediência àquela ordem papal. Segundo relatam os cientistas, o Universo (macro¬cosmo) evoluiu do caos inicial ao cosmos que conhecemos ou simplesmente vemos nas noites estreladas. Os cometas, que integram o macrocosmo, são corpos celestes, que passam de quando em vez pelas proximidades da Terra em sua órbita ao redor do sol. Em muitas ocasiões, os cometas têm aparecido. Eles passam e muitas vezes não voltam mais. Dizem que a vida desses corpos celestes não passa de mil anos. O Universo integra o homem (microcosmo hominal) no contexto do macrocosmo. Inteira-o e, como ele, desaparecerá um dia. O Universo, ainda em expansão, está fadado a desaparecer, mesmo considerando a sua grandiosidade incomensurável. A expansão de hoje é resultado de uma energia anterior e toda energia se dissipa gradativamente. A energia dissi¬pada promoverá o caos pela eliminação das forças gra¬vitacionais, que equilibram, entre si, os corpos que in-tegram o macrocosmo. Tudo foi pó (poeira cósmica) e ao pó reverterá, no verdadeiro apocalipse. “A realidade do universo seria incompleta sem o homem”, na sábia afirmação de Huberto Rohden. Nós, seres humanos, somos o micro do macrocosmo universal. Nossa passagem é rápida, todavia, todos nós existimos desde o começo e continuaremos a existir no momento do caos. Em pouco tempo, nossa energia dinâmica se transforma em energia estática, e se incorpora, como pó, à energia vital do Universo, pois “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Por esta razão, todos nós estaremos presentes na entropia final, no retorno ao caos. Daí devermos lembrar o ensinamento de Georgino Júnior: “Na vida, o importante é não ser importante; vale dizer: o fundamental na vida é não sermos fundamentais”.

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