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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Tema de tragédia Manoel Hygino Em 13 de março deste ano (por sinal de meu aniversário), Edmilson Caminha, o escritor que o Ceará gerou para o Brasil, enviou para seus amigos um “artiguete” (como o classificou) em que focaliza “o imenso Agripa Vasconcelos, tão injustamente esquecido, cujo cinquentenário da morte se completa este ano”. Ultrapassada metade do ano, não se fez algo de maior grandeza para exaltar, em termos nacionais, o papel de Agripa, ex-membro da Academia Mineira de Letras, como se deveria. Sua produção pode ser comparada à trilogia “O Tempo e o Vento”, de Érico Veríssimo – um ponto abaixo, porque sem a extensão e a magnitude dos seis romances que impressionam pela riqueza literária e pelo elemento histórico. “Fome em Canaã”, “A vida em flor de Dona Beja”, “Chica que Manda”, “Sinhá Braba”, “Chico Rei” e “Gongo Soco”, dos quais dois adaptados para novelas da TV Manchete, conquistaram popularidade e aplauso, mas muito aquém dos méritos do romancista de Matozinhos, nascido em 1896. Neste ano de muitas tragédias, a começar pela de rompimento da barragem do córrego do Feijão, em Brumadinho, tive a impressão de que um dos seus romances, “Gongo Soco”, acordaria Minas Gerais, o Brasil, enfim, para a dura perspectiva que envolve a cidade de Barão de Cocais, arrolada entre prováveis e gravíssimas vítimas das consequências de igual ou semelhante caos. A história ainda não terminou, a comunidade sofre tão dramáticos horizontes, mas Gongo Soco permanece apenas na pauta do noticiário de imprensa. Gongo Soco, a mina sob observação incessante de técnicos do setor minerário, pertenceu a João Batista Ferreira Chichorro de Sousa Coutinho, a maior fortuna de Minas, como lembra Coutinho. Suas riquezas só lhe serviram para forrar o caminho da sede da fazenda até a igreja local e para bucha de fogos de artifício em data de festa. Creio que está escapando ao interesse de produtores de televisão ou cinema este precioso conteúdo, que por sinal nos evoca o Barão de Cocais, um dos líderes da Revolução de 1842, tristemente perdido no vendaval da história. Seria excelente ocasião para que alguma editora, que busca temas no exterior, usasse do aqui elaborado, para reeditar a obra, que é de primeira qualidade e porque a edição de 1966 já se acha possivelmente toda esgotada. Parece, ao momento em que redijo este texto, que o grande Agripa tinha razões, quando escreveu carta ao editor Pedro Paulo Moreira, da Itatiaia, afirmando: “Minha vida nada tem de importante para seu estudo. A profissão de médico rural, que aqui fui no começo, me aproximou do povo, da ralé desclassificada. E dos humildes sem justiça. Quando examino algum deles procuro conhecer vida e hábitos, o linguajar, as lendas, o folclore de sua região. Poucos conhecem o interior com mais profundidade. Homem de nenhuma vaidade, nenhum orgulho, sou um trabalhador por prazer e meus trabalhos refletem meus conhecimentos do nosso povo, daí e daqui. Uma opinião que me agradou foi a do querido Ascenso Ferreira: ‘seu livro sobre Beja foi o melhor romance que já li’”. Será que os brasileiros de outras regiões têm mais visão de nossa terra, nossa gente e seus costumes? Mais apreço e respeito por nossa história e tradições?

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