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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: No tempo de Hitler Manoel Hygino Irmã Arnhild, uma religiosa da Congregação das Servas do Espírito Santo, deixou de viver, há poucos dias. Notícias assim se perdem no bulício das redações ou simplesmente são esquecidas. Enfim, quantas irmãs de caridade morrem por semana nos mais recônditos lugares do planeta? Wilhelmine Antônia Gertrud Lahrkamp, a “irmã Arnhild”, nasceu em Munster (Alemanha), em 19 de março de 1933. Em 1955, formou-se em enfermagem e, três anos depois, iniciou sua vida religiosa no Monastério do Divino Espírito Santo (Heilig Geisthloster), em Wimbern. Em 1961, fez seus votos e foi enviada ao Convento da Santíssima Trindade, em São Paulo. O nome adotado é corruptela de Arnaldo, o fundador da congregação, e Hild, homenagem a Hildegard, santa alemã que viveu no século XII. Em 1963, a irmã Arnhild veio para Belo Horizonte e, dois anos após, começou a trabalhar na Santa Casa. Superou todas as dificuldades, a começar pela língua, aprendendo o necessário para entender-se e desempenhar seus misteres. De 1969 a 1971, fez novamente o curso de enfermagem. Aqui, orientava os seus alunos sobre a importância de oferecer conforto espiritual aos pacientes – independente da religião. Sem descanso, desenvolveu suas atividades durante 20 anos, inclusive como chefe de enfermagem. Adotou fielmente o programa da instituição, contribuindo com todas suas forças para o projeto de fundação e funcionamento de uma escola para profissionais da área, lecionando nos cursos de atendente e de auxiliar de enfermagem. Abraçou a ideia da Escola João Paulo II e, em seguida, da Escola Técnica de Enfermagem, formalmente aprovada pelos órgãos oficiais, inclusive nos termos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Entre as muitas ações, irmã Arnhild ajudou a criar, em 1980, a creche que cuidou dos filhos dos funcionários do Grupo Santa Casa BH até 2000. Depois, diante do grande número de funcionários (atualmente mais de 5 mil), a escolinha foi transferida a outra entidade. É bom resgatar a história. No ano em que Arnhild veio ao mundo, Hitler assumiu os destinos da Alemanha, eleito em 24 de março, pela Câmara dos Deputados, com plenos poderes. O diário nazista “Volkischer Beobachter” publicou no dia seguinte: “o sistema parlamentar capitula diante da nova Alemanha (...). Um grande empreendimento começa! Chegou o dia do Terceiro Reich”. Naquela data, várias dezenas de milhares de alemães já estavam em campos de concentração. A família, católica, de Arnhild não se curvou à vitória e credo nazistas. Assistiu em desolação ao rumo dos acontecimentos, enquanto a jovem enfermeira se desdobrava em BH, agindo humildemente, o ditador aprimorava métodos para desfazer-se dos supostos inimigos. Hitler defendia a superioridade do povo alemão, culpava o povo judeu pela terrível crise econômica da Alemanha após a primeira grande guerra. Esmerou-se ainda na perseguição aos ciganos, aos homossexuais e deficientes físicos. Defendendo a tese do espaço vital, pretendia o mundo sob seu guante. Na Europa, existiam nove milhões de judeus, mas Hitler eliminou dois terços, dos quais um milhão de crianças e dois milhões de mulheres. Arnhild condenara bravamente o genocídio e a cultura da morte e da crueldade. Assim foi. Sempre em nome de Jesus. A Escola Técnica da SCMBH, por decisão do provedor Saulo Coelho, recebeu seu nome, após 54 anos de devotamento da religiosa.

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